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DIAS DE TENSÃO
Ásia registra as maiores quedas; mercado americano fecha no pior patamar do ano; Bovespa recua 2,6%
Tensão política e petróleo derrubam Bolsas
DA REDAÇÃO
Tensões políticas e a alta do petróleo voltaram a derrubar os
mercados pelo mundo ontem. As
Bolsas asiáticas já iniciaram o dia
com perdas, que se alastraram pela Europa e pela América com a
notícia do atentado terrorista que
matou o então presidente do
Conselho de Governo do Iraque,
Izzedin Salim, em Bagdá.
Em Nova York, os principais índices da Bolsa voltaram a fechar
nos menores níveis deste ano. O
Dow Jones caiu 1,06%, para
9.906,91 pontos, e o Nasdaq, das
empresas de alta tecnologia,
1,45%, para 1.876,64 pontos, menor patamar desde outubro.
Nas principais Bolsas européias,
as maiores quedas ocorreram
com ações de empresas que dependem do petróleo, como companhias aéreas, e daquelas afetadas pelo risco de terrorismo, como as seguradoras. Em Londres,
o índice FTSE 100 perdeu 0,87%;
Frankfurt, Paris e Milão fecharam
com queda superior a 1%.
A vitória da oposição na Índia,
na semana passada, continuou a
repercutir nos mercados asiáticos, e a principal Bolsa do país, a
de Mumbai (ex-Bombaim), caiu
11%, o maior tombo de sua história. No Japão, o índice Nikkei fechou em baixa de 3,2%.
"Medo é o que tem dominado o
mercado no último mês e meio,
seja o do Iraque, o da taxa de juros
ou o da inflação. Qualquer novo
sinal de violência terá efeito negativo no mercado", afirmou Brian
Pears, operador-chefe da Victory
Capital Management.
A esperada elevação da taxa de
juros nos EUA, devido aos sinais
cada vez mais freqüentes da recuperação econômica do país, e a alta do petróleo são duas das principais causas para a queda das Bolsas desde o fim de janeiro.
A elevação dos juros nos Estados Unidos significa a melhora da
remuneração dos títulos americanos, o que causa a fuga de capital
das Bolsas e de mercados emergentes -que, embora ofereçam
retornos maiores, também apresentam riscos elevados.
Só a Bovespa, a principal Bolsa
brasileira, já perdeu cerca de 25%
desde que atingiu seu pico histórico, no dia 26 de janeiro (24.349
pontos). Ontem, a Bovespa teve
queda de 2,6%, fechando aos
18.122 pontos. O dólar subiu
1,07% e fechou a R$ 3,125. O risco-país subiu 2,5%, para 728 pontos.
Também no fim de janeiro, os
índices Dow Jones e Nasdaq alcançaram os maiores níveis desde
meados de 2001 (pouco após o estouro da bolha inflada pela expansão da internet). Desde então,
acumulam perdas próximas a 7%
e 13%, respectivamente.
O atentado que resultou na
morte do líder iraquiano evidenciou ainda mais as tensões no Iraque, onde instalações petrolíferas
também foram alvos de ataque
nas últimas semanas -assim como na Arábia Saudita.
Em meio a esse cenário, o preço
do barril do petróleo voltou a ser
negociado no maior valor de sua
história em Nova York. Ontem, o
barril para entrega em junho fechou cotado a US$ 41,55, alta de
0,41% ante sexta-feira. Neste ano,
o barril já ganhou 27,8%.
Afetadas pela alta da commodity, as companhias aéreas tiveram desvalorização. As ações da
British Airways, segunda maior
empresa européia no setor, caíram 1,4%, apesar de ela ter anunciado lucros maiores que o esperado no último ano. As ações da
Air France perderam 2%.
A Swiss Re, segunda maior resseguradora do mundo, viu suas
ações caírem 4,3%. Os papéis da
quarta maior, a alemã Hannover
Re, perderam 5,8%, mesmo com
o anúncio de alta de 36% no lucro
líqüido no primeiro trimestre.
Com agências internacionais
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