São Paulo, terça-feira, 18 de maio de 2004

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RESULTADOS MILIONÁRIOS

Agronegócio foi o setor com maior expansão na concessão de empréstimos, crescendo 41,2%

BB amplia crédito e lucra R$ 616 milhões

JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Banco do Brasil encerrou o primeiro trimestre com um lucro de R$ 616 milhões, 28,5% superior ao obtido no mesmo período do ano passado, mas 3,41% menor que no último trimestre de 2003 (quando lucrara R$ 637 milhões).
Entre as principais instituições financeiras do país, o resultado do banco estatal perde apenas para o do Itaú.
A expansão da carteira de crédito foi determinante para o lucro do BB. Se em março de 2003 a carteira de crédito do banco somava R$ 65,7 bilhões, em março passado chegava a R$ 79,6 bilhões -um crescimento de 21,2%. O total também é 2,6% superior ao volume da carteira de crédito no último trimestre do ano passado (R$ 77,6 bilhões). Nesse item, o maior destaque coube à carteira de agronegócios, que se expandiu 41,2% em relação ao primeiro trimestre de 2003 -de R$ 18,33 bilhões para R$ 25,9 bilhões.
A carteira de crédito comercial cresceu 10,4% entre março de 2003 e março de 2004 (chegou a R$ 16,1 bilhões). A de crédito para o varejo subiu 33,4% em igual período (encerrando o primeiro trimestre de 2004 em R$ 17,8 bilhões). Os empréstimos para micro e pequenas empresas aumentaram 67% em relação a março do ano passado -totalizando R$ 14 bilhões. Os créditos para pessoas físicas registraram alta de 8,8% comparados ao último trimestre de 2004.
Isso permitiu que as receitas com operações de crédito subissem de R$ 3,7 bilhões em março de 2003 para R$ 4,2 bilhões no fim do primeiro trimestre deste ano.
"Até pela enorme expansão no ano passado, as operações agrícolas não devem ter salto tão expressivo a partir de agora. O crescimento maior será em micro e pequenas empresas e crédito a pessoa física", disse Cássio Casseb, presidente do Banco do Brasil.
Os números do balanço também demonstram que o Banco do Brasil se tornou mais conservador na avaliação sua carteira de empréstimos. As provisões para crédito de liquidação duvidosa subiram de R$ 706 milhões no primeiro trimestre de 2003 para R$ 1,359 bilhão no primeiro trimestre deste ano (+92,4%). Em dezembro passado, o valor provisionado não superava os R$ 833 milhões. Isso ocorreu porque o banco decidiu reclassificar parte de sua carteira de ""A" (nota de menor risco) para "C" (risco moderado de inadimplência).
Mesmo assim, o banco argumenta que sua carteira permanece com risco abaixo da média do mercado -os créditos classificados como "AA" e "B" representam 79% da carteira. Segundo o Banco Central, o sistema financeiro mantém uma média de 77,9% de seus empréstimos classificados nessa categoria. "Estávamos menos conservadores e agora fomos para uma posição mais à frente do que o resto do mercado. Não estamos olhando pelo retrovisor [acompanhando os demais bancos], mas fazendo o que é melhor para o banco e seus acionistas", disse Casseb.
Outro item que pesou (favoravelmente) no resultado do BB foram as receitas com prestação de serviços -aumento de 27,5% sobre o primeiro trimestre do ano passado (de R$ 1,218 bilhão para R$ 1,553 bilhão).

Banco Popular
O braço do BB voltado a clientes de baixa renda, o Brasil Banco Popular, que teve seu funcionamento regularizado a partir de fevereiro, contabiliza 1.500 clientes em três regiões do país. A previsão do presidente do Banco Popular, Ivan Ramalho, é atender 1 milhão de clientes em dois anos -e encerrar 2004 com 850 mil contas.
Em fato relevante divulgado na semana passada, o BB confirmou que pretende elevar de R$ 24,5 milhões para R$ 157 milhões até o final de 2005 o capital social do Banco Popular. A instituição pretende oferecer limite de crédito de R$ 100 a R$ 300 que será definido a partir de um histórico de movimentação da conta do cliente. O crédito será parcelado entre quatro e seis vezes.


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