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RESULTADOS MILIONÁRIOS
Agronegócio foi o setor com maior expansão na concessão de empréstimos, crescendo 41,2%
BB amplia crédito e lucra R$ 616 milhões
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Banco do Brasil encerrou o
primeiro trimestre com um lucro
de R$ 616 milhões, 28,5% superior
ao obtido no mesmo período do
ano passado, mas 3,41% menor
que no último trimestre de 2003
(quando lucrara R$ 637 milhões).
Entre as principais instituições
financeiras do país, o resultado do
banco estatal perde apenas para o
do Itaú.
A expansão da carteira de crédito foi determinante para o lucro
do BB. Se em março de 2003 a carteira de crédito do banco somava
R$ 65,7 bilhões, em março passado chegava a R$ 79,6 bilhões
-um crescimento de 21,2%. O
total também é 2,6% superior ao
volume da carteira de crédito no
último trimestre do ano passado
(R$ 77,6 bilhões). Nesse item, o
maior destaque coube à carteira
de agronegócios, que se expandiu
41,2% em relação ao primeiro trimestre de 2003 -de R$ 18,33 bilhões para R$ 25,9 bilhões.
A carteira de crédito comercial
cresceu 10,4% entre março de
2003 e março de 2004 (chegou a
R$ 16,1 bilhões). A de crédito para
o varejo subiu 33,4% em igual período (encerrando o primeiro trimestre de 2004 em R$ 17,8 bilhões). Os empréstimos para micro e pequenas empresas aumentaram 67% em relação a março do
ano passado -totalizando R$ 14
bilhões. Os créditos para pessoas
físicas registraram alta de 8,8%
comparados ao último trimestre
de 2004.
Isso permitiu que as receitas
com operações de crédito subissem de R$ 3,7 bilhões em março
de 2003 para R$ 4,2 bilhões no fim
do primeiro trimestre deste ano.
"Até pela enorme expansão no
ano passado, as operações agrícolas não devem ter salto tão expressivo a partir de agora. O crescimento maior será em micro e pequenas empresas e crédito a pessoa física", disse Cássio Casseb,
presidente do Banco do Brasil.
Os números do balanço também demonstram que o Banco do
Brasil se tornou mais conservador
na avaliação sua carteira de empréstimos. As provisões para crédito de liquidação duvidosa subiram de R$ 706 milhões no primeiro trimestre de 2003 para R$ 1,359
bilhão no primeiro trimestre deste ano (+92,4%). Em dezembro
passado, o valor provisionado
não superava os R$ 833 milhões.
Isso ocorreu porque o banco decidiu reclassificar parte de sua carteira de ""A" (nota de menor risco)
para "C" (risco moderado de inadimplência).
Mesmo assim, o banco argumenta que sua carteira permanece com risco abaixo da média do
mercado -os créditos classificados como "AA" e "B" representam 79% da carteira. Segundo o
Banco Central, o sistema financeiro mantém uma média de 77,9%
de seus empréstimos classificados
nessa categoria. "Estávamos menos conservadores e agora fomos
para uma posição mais à frente do
que o resto do mercado. Não estamos olhando pelo retrovisor
[acompanhando os demais bancos], mas fazendo o que é melhor
para o banco e seus acionistas",
disse Casseb.
Outro item que pesou (favoravelmente) no resultado do BB foram as receitas com prestação de
serviços -aumento de 27,5% sobre o primeiro trimestre do ano
passado (de R$ 1,218 bilhão para
R$ 1,553 bilhão).
Banco Popular
O braço do BB voltado a clientes
de baixa renda, o Brasil Banco Popular, que teve seu funcionamento regularizado a partir de fevereiro, contabiliza 1.500 clientes em
três regiões do país. A previsão do
presidente do Banco Popular,
Ivan Ramalho, é atender 1 milhão
de clientes em dois anos -e encerrar 2004 com 850 mil contas.
Em fato relevante divulgado na
semana passada, o BB confirmou
que pretende elevar de R$ 24,5
milhões para R$ 157 milhões até o
final de 2005 o capital social do
Banco Popular. A instituição pretende oferecer limite de crédito de
R$ 100 a R$ 300 que será definido
a partir de um histórico de movimentação da conta do cliente. O
crédito será parcelado entre quatro e seis vezes.
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