São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 2006

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ALIMENTOS

Balanço da rede de cafeterias americana fala em investimento no país, e 1ª unidade deve ser inaugurada no último trimestre

Starbucks já admite abrir lojas no Brasil

DA REPORTAGEM LOCAL

Balanço anual da Starbucks nos EUA admite, pela primeira vez, que a rede de cafeterias fará investimentos no Brasil. A informação oficial, disponibilizada no material encaminhado à SEC (Securities and Exchange Commission), a CVM americana, faz parte do relatório do comando da empresa e do texto disponibilizado aos acionistas da cadeia de cafeterias, a maior dos EUA, com lucro anual em US$ 6,4 bilhões (R$ 13,6 bilhões) e 10.500 pontos no mundo.
A companhia cita ainda, dentro dos planos de expansão, a Rússia e a Índia.
Até o momento, rumores davam conta de que havia um projeto em andamento no país, mas a empresa negava essa possibilidade. A porta-voz da Starbucks nos EUA, Mai Kulthol, disse à Folha, em agosto passado, que a empresa se sentia "encorajada" em relação às oportunidades no Brasil.
Neste final de semana, há encontros marcados entre fornecedores e a rede no país. A Folha apurou que um fabricante de cafés, a Ipanema Coffee, uma das principais produtoras de cafés especiais no país, tem reunião agendada com representantes da empresa no Brasil nos próximos dias.
Além disso, a Folha apurou que a empresa já contratou uma consultoria de varejo -especializada em localização de pontos- para procurar um local para uma loja em São Paulo. Até então, rumores giravam em torno da possibilidade de abertura de loja, inicialmente, no Rio de Janeiro -nos bairros de Ipanema ou Leblon. Mas a Folha apurou que São Paulo pode receber a primeira loja.
Na capital paulista, a procura inclui shopping centers frequentados por classes de maior poder aquisitivo.
A expectativa de analistas de mercado é que as primeiras lojas sejam abertas no último trimestre do ano. Será, no entanto, uma entrada discreta no mercado brasileiro. Uma série de fatores emperraram, até hoje, investimentos maiores da rede no país. Razões culturais e econômicas -além do fato de a estratégia de rede estar focada em outros países- sempre pesaram na decisão.
O brasileiro, mesmo aquele de maior renda, tem à sua disposição dezenas de padarias, muitas de primeira linha e que atuam no ramo há anos nas capitais. O hábito de tomar café da manhã nesses locais transforma esses pontos em fortes concorrentes da cadeia, um fenômeno no resto do mundo. Ainda há as cafeterias especializadas, que expandiram, às pressas, os planos de crescimento no país. E o hábito do "café em xícara de papelão", ícone da cultura Starbucks, como batizam os especialistas, é incipiente no país. Além do preço salgado dos cafés da rede em relação aos preços praticados no Brasil.
À frente do negócio, em conversas com a empresa nos EUA, está o casal Maria Luisa e Peter Rodenbeck, sócios dos restaurantes Outback no país e os investidores que trouxeram, nos anos 1980, a rede McDonald's ao Brasil. Se o projeto caminhar com êxito, o expresso vai chegar ao país por até US$ 5, prevêem analistas do mercado.


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