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BC faz atuação tímida e dólar fica em R$ 1,95
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Banco Central teve uma
atuação tímida ontem e mais
uma vez deixou o dólar comercial seguir seu rumo a um novo
patamar, na casa de R$ 1,95. O
dia foi marcado pela baixa recorde do risco-país, que tocou o
piso de 143 pontos, menor taxa
já atingida pelo indicador.
Quanto menor a pontuação,
menos juros um país paga para
tomar empréstimos.
Após dois dias de intenso
nervosismo, o mercado financeiro teve finalmente um dia de
acomodação geral dos preços
de ações e de moedas negociadas. A percepção dominante é
que a taxa de câmbio deve se
acomodar em torno de R$ 1,90.
Por outro lado, aumentaram
consideravelmente as chances
de um corte de juros de 0,5
ponto percentual na taxa Selic,
no início de junho. A taxa está
hoje em 12,5%.
No encerramento dos negócios, o dólar comercial terminou estável a R$ 1,953, com baixa de 0,05% ou de apenas um
milésimo em relação aos R$
1,954 do dia anterior, menor
valor desde janeiro de 2001.
A moeda americana chegou a
abrir em alta à espera de uma
atuação vigorosa do Banco
Central nos mercados futuro e
à vista, como havia acontecido
na véspera, mas a autoridade
monetária só apareceu no final
da tarde, pouco antes do encerramento dos negócios. Aceitou
apenas nove propostas a R$
1,952 e não gastou mais do que
US$ 250 milhões, segundo operadores de câmbio.
"O dólar teve um ajuste natural, mas não quer dizer que vai
mudar a tendência. É um movimento do dia, pautado por vencimentos, já que muitos exportadores ficaram fora do mercado nos últimos dias. A expectativa é que o dólar fique entre R$
1,80 e R$ 1,90", disse Adilson
Góes, da corretora LevyCam.
"Quem não precisa fechar
negócio fica fora em momentos
como este. O Banco Central parece não estar com tanta sede
[para conter o dólar]. Se deixar,
teria de comprar US$ 2 bilhões
por dia. Daqui a pouco não tem
mais onde colocar dinheiro nas
reservas", disse José Roberto
Carreira, gerente de câmbio da
corretora Novação.
Já o risco-país subiu um pouco e terminou o dia a 145 pontos, ainda em seu menor nível
histórico, refletindo a melhora
na avaliação da dívida brasileira feita pelas agências de classificação de risco Fitch Ratings e
Standard & Poor's. O mercado
trabalha com a expectativa de
que a Moody's, considerada a
mais rigorosa das agências de
classificação de risco, possa em
breve colocar o país a um passo
do grau de investimento.
Após novo recorde na quarta,
a Bovespa teve um dia de baixa,
colada nos mercados internacionais, encerrando as negociações com perdas de 0,21% no
Ibovespa, que terminou marcando 51.631 pontos.
O destaque no dia foi a baixa
das ações da Vale do Rio Doce,
que respondem por quase 10%
das negociações da Bolsa. Alvo
de rumor de que negocia a compra da concorrente Rio Tinto,
os papéis PNA da mineradora
tiveram baixa de 1,46%, e os
ON, desvalorização de 1,24%.
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