São Paulo, sexta-feira, 18 de maio de 2007

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BC faz atuação tímida e dólar fica em R$ 1,95

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Banco Central teve uma atuação tímida ontem e mais uma vez deixou o dólar comercial seguir seu rumo a um novo patamar, na casa de R$ 1,95. O dia foi marcado pela baixa recorde do risco-país, que tocou o piso de 143 pontos, menor taxa já atingida pelo indicador. Quanto menor a pontuação, menos juros um país paga para tomar empréstimos.
Após dois dias de intenso nervosismo, o mercado financeiro teve finalmente um dia de acomodação geral dos preços de ações e de moedas negociadas. A percepção dominante é que a taxa de câmbio deve se acomodar em torno de R$ 1,90. Por outro lado, aumentaram consideravelmente as chances de um corte de juros de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, no início de junho. A taxa está hoje em 12,5%.
No encerramento dos negócios, o dólar comercial terminou estável a R$ 1,953, com baixa de 0,05% ou de apenas um milésimo em relação aos R$ 1,954 do dia anterior, menor valor desde janeiro de 2001.
A moeda americana chegou a abrir em alta à espera de uma atuação vigorosa do Banco Central nos mercados futuro e à vista, como havia acontecido na véspera, mas a autoridade monetária só apareceu no final da tarde, pouco antes do encerramento dos negócios. Aceitou apenas nove propostas a R$ 1,952 e não gastou mais do que US$ 250 milhões, segundo operadores de câmbio.
"O dólar teve um ajuste natural, mas não quer dizer que vai mudar a tendência. É um movimento do dia, pautado por vencimentos, já que muitos exportadores ficaram fora do mercado nos últimos dias. A expectativa é que o dólar fique entre R$ 1,80 e R$ 1,90", disse Adilson Góes, da corretora LevyCam.
"Quem não precisa fechar negócio fica fora em momentos como este. O Banco Central parece não estar com tanta sede [para conter o dólar]. Se deixar, teria de comprar US$ 2 bilhões por dia. Daqui a pouco não tem mais onde colocar dinheiro nas reservas", disse José Roberto Carreira, gerente de câmbio da corretora Novação.
Já o risco-país subiu um pouco e terminou o dia a 145 pontos, ainda em seu menor nível histórico, refletindo a melhora na avaliação da dívida brasileira feita pelas agências de classificação de risco Fitch Ratings e Standard & Poor's. O mercado trabalha com a expectativa de que a Moody's, considerada a mais rigorosa das agências de classificação de risco, possa em breve colocar o país a um passo do grau de investimento.
Após novo recorde na quarta, a Bovespa teve um dia de baixa, colada nos mercados internacionais, encerrando as negociações com perdas de 0,21% no Ibovespa, que terminou marcando 51.631 pontos.
O destaque no dia foi a baixa das ações da Vale do Rio Doce, que respondem por quase 10% das negociações da Bolsa. Alvo de rumor de que negocia a compra da concorrente Rio Tinto, os papéis PNA da mineradora tiveram baixa de 1,46%, e os ON, desvalorização de 1,24%.


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