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MARCHA LENTA
Atividade recua em abril em 9 das 12 localidades pesquisadas
Produção industrial cai pela 1ª vez em SP desde outubro
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A indústria paulista interrompeu em abril a trajetória de recuperação iniciada no final do ano
passado e sua produção teve a primeira queda desde outubro de
2002. A queda foi de 5,3%, na
comparação com abril de 2002,
segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Das 12 regiões do país pesquisadas pelo IBGE, apenas três registraram crescimento da produção
industrial. Nove tiveram resultados negativos. Em março, o quadro era melhor: só em três regiões
a produção havia recuado.
Em resumo, os locais com expansão da produção foram favorecidos por exportações, petróleo
ou agroindústria; nos em que
houve queda, o motivo foi a deterioração do consumo interno.
"Foi uma queda generalizada.
Há uma desaceleração espalhada
por quase todos os locais. A indústria vinha sendo sustentada
por esses setores dinâmicos da
economia [petróleo, agroindústria e exportações]. O problema é
que a demanda interna continuou
caindo e eles não tiveram mais fôlego para manter o ritmo de produção", afirmou Denise Cordovil,
economista do IBGE.
Em São Paulo, as maiores influências negativas vieram dos setores têxtil (-15,2%) e de material
de transporte (-16,7%). No acumulado de janeiro a abril, a indústria paulista ainda se expande,
mas modestamente (0,5%). O desempenho é, porém, pior do que o
registrado até março, quando havia expansão acumulada de 2,7%.
Na média nacional, a indústria teve queda de 4,2% em abril em relação a abril de 2002. Cresceu
0,6% no acumulado do ano.
Entre as 12 áreas pesquisadas, o
maior crescimento ficou com o
Espírito Santo -alta de 17,6%.
Sustentaram essa expansão o aumento da produção de petróleo,
papel e celulose -os dois últimos
destinados à exportação.
A retração mais expressiva foi
registrada em Santa Catarina:
10%. Foi puxada pelo fraco desempenho dos setores têxtil, de
vestuário e calçados e de matérias
plásticas -todos voltados principalmente ao consumo doméstico.
Também no embalo da diminuição do consumo local, o nível
de produção diminuiu 7,7% em
Pernambuco e 6,6% em Minas
Gerais. Nos dois casos, a indústria
alimentar foi o destaque negativo.
Vendas e salários caem
De 1996 a 2001, o comércio varejista faturou 11,7% menos e reduziu o valor pago a seus funcionários em 13,8%. Os dados fazem
parte da Pesquisa Anual de Comércio referente a 2001, divulgada ontem pelo IBGE.
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