UOL


São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MARCHA LENTA

Atividade recua em abril em 9 das 12 localidades pesquisadas

Produção industrial cai pela 1ª vez em SP desde outubro

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A indústria paulista interrompeu em abril a trajetória de recuperação iniciada no final do ano passado e sua produção teve a primeira queda desde outubro de 2002. A queda foi de 5,3%, na comparação com abril de 2002, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Das 12 regiões do país pesquisadas pelo IBGE, apenas três registraram crescimento da produção industrial. Nove tiveram resultados negativos. Em março, o quadro era melhor: só em três regiões a produção havia recuado.
Em resumo, os locais com expansão da produção foram favorecidos por exportações, petróleo ou agroindústria; nos em que houve queda, o motivo foi a deterioração do consumo interno.
"Foi uma queda generalizada. Há uma desaceleração espalhada por quase todos os locais. A indústria vinha sendo sustentada por esses setores dinâmicos da economia [petróleo, agroindústria e exportações]. O problema é que a demanda interna continuou caindo e eles não tiveram mais fôlego para manter o ritmo de produção", afirmou Denise Cordovil, economista do IBGE.
Em São Paulo, as maiores influências negativas vieram dos setores têxtil (-15,2%) e de material de transporte (-16,7%). No acumulado de janeiro a abril, a indústria paulista ainda se expande, mas modestamente (0,5%). O desempenho é, porém, pior do que o registrado até março, quando havia expansão acumulada de 2,7%. Na média nacional, a indústria teve queda de 4,2% em abril em relação a abril de 2002. Cresceu 0,6% no acumulado do ano.
Entre as 12 áreas pesquisadas, o maior crescimento ficou com o Espírito Santo -alta de 17,6%. Sustentaram essa expansão o aumento da produção de petróleo, papel e celulose -os dois últimos destinados à exportação.
A retração mais expressiva foi registrada em Santa Catarina: 10%. Foi puxada pelo fraco desempenho dos setores têxtil, de vestuário e calçados e de matérias plásticas -todos voltados principalmente ao consumo doméstico.
Também no embalo da diminuição do consumo local, o nível de produção diminuiu 7,7% em Pernambuco e 6,6% em Minas Gerais. Nos dois casos, a indústria alimentar foi o destaque negativo.

Vendas e salários caem
De 1996 a 2001, o comércio varejista faturou 11,7% menos e reduziu o valor pago a seus funcionários em 13,8%. Os dados fazem parte da Pesquisa Anual de Comércio referente a 2001, divulgada ontem pelo IBGE.


Texto Anterior: Luís Nassif: A prioridade única
Próximo Texto: Panorâmica - Protesto tropical: Veto japonês a mangas leva Brasil à OMC
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.