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Reunião trouxe avanços, diz Amorim
DA REPORTAGEM LOCAL
A maratona de seis dias de seminários, mesas-redondas, discursos e divulgação de relatórios
durante a 11ª Conferência da Unctad convergiu com as aspirações
da diplomacia brasileira. A avaliação é do ministro das Relações
Exteriores, Celso Amorim.
"As declarações, especialmente
a declaração do Espírito de São
Paulo [que será divulgada hoje]
seguem as linhas defendidas pelo
Brasil", avaliou Amorim.
Hoje, ao término da conferência, serão divulgados dois documentos: o "Consenso de São Paulo", que inclui sugestões de ações
para a promoção do desenvolvimento, e o "Espírito de São Paulo", que reúne uma série de propostas debatidas durante a conferência, mas que não obtiveram
consenso. Entre elas, está a sugestão de mecanismos inovadores de
financiamento para os países
mais pobres.
A conferência da Unctad, que
ocorre a cada quatro anos, não é
um espaço diplomático para o estabelecimento de regras ou para a
adoção de políticas. "Não é uma
feira para fazer negócios", disse o
ministro. Mas o chanceler destacou que os ganhos obtidos a partir
das discussões desta semana serão duradouros.
O maior saldo da conferência
saiu dos encontros que correram
ao largo do encontro das Nações
Unidas, disse. "Poucas vezes vi
uma reunião dessas ser um ímã
para tantas outras", afirmou o
chanceler.
Segundo Amorim, o chamado
NG5 (grupo que reúne os cinco
principais negociadores agrícolas
do mundo), que se reuniu no último domingo, em São Paulo, impulsionou a Rodada Doha, processo de liberalização comercial
da OMC (Organização Mundial
do Comércio).
"As negociações precisam avançar muito até julho, mas estamos
otimistas. O ministro da Austrália, Pascal Lamy [comissário de
comércio da União Européia],
Robert Zoellick [representante de
comércio norte-americano] não
viriam aqui para nada." O G20
(grupo de países em desenvolvimento) também conseguiu firmar as posições que já vinha defendendo ao longo dos últimos
meses. Ou seja, a defesa por maior
acesso a mercado nos países ricos.
A aprovação do SGPC (Sistema
Global de Preferências Comerciais), que prevê a liberalização
comercial entre os países em desenvolvimento, também foi destacada pelo chanceler como um
sinal de que o encontro da Unctad
foi positivo.
(CC)
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