São Paulo, sexta-feira, 18 de junho de 2004

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Reunião trouxe avanços, diz Amorim

DA REPORTAGEM LOCAL

A maratona de seis dias de seminários, mesas-redondas, discursos e divulgação de relatórios durante a 11ª Conferência da Unctad convergiu com as aspirações da diplomacia brasileira. A avaliação é do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
"As declarações, especialmente a declaração do Espírito de São Paulo [que será divulgada hoje] seguem as linhas defendidas pelo Brasil", avaliou Amorim.
Hoje, ao término da conferência, serão divulgados dois documentos: o "Consenso de São Paulo", que inclui sugestões de ações para a promoção do desenvolvimento, e o "Espírito de São Paulo", que reúne uma série de propostas debatidas durante a conferência, mas que não obtiveram consenso. Entre elas, está a sugestão de mecanismos inovadores de financiamento para os países mais pobres.
A conferência da Unctad, que ocorre a cada quatro anos, não é um espaço diplomático para o estabelecimento de regras ou para a adoção de políticas. "Não é uma feira para fazer negócios", disse o ministro. Mas o chanceler destacou que os ganhos obtidos a partir das discussões desta semana serão duradouros.
O maior saldo da conferência saiu dos encontros que correram ao largo do encontro das Nações Unidas, disse. "Poucas vezes vi uma reunião dessas ser um ímã para tantas outras", afirmou o chanceler.
Segundo Amorim, o chamado NG5 (grupo que reúne os cinco principais negociadores agrícolas do mundo), que se reuniu no último domingo, em São Paulo, impulsionou a Rodada Doha, processo de liberalização comercial da OMC (Organização Mundial do Comércio).
"As negociações precisam avançar muito até julho, mas estamos otimistas. O ministro da Austrália, Pascal Lamy [comissário de comércio da União Européia], Robert Zoellick [representante de comércio norte-americano] não viriam aqui para nada." O G20 (grupo de países em desenvolvimento) também conseguiu firmar as posições que já vinha defendendo ao longo dos últimos meses. Ou seja, a defesa por maior acesso a mercado nos países ricos.
A aprovação do SGPC (Sistema Global de Preferências Comerciais), que prevê a liberalização comercial entre os países em desenvolvimento, também foi destacada pelo chanceler como um sinal de que o encontro da Unctad foi positivo. (CC)


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