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Com agenda morna, Bolsas podem ter recordes
Mercado deve se voltar para indicadores brasileiros
DA REPORTAGEM LOCAL
Próximas de suas máximas
históricas, as principais Bolsas
internacionais podem bater
novos recordes nesta semana,
que é particularmente fraca de
indicadores sobre a saúde da
economia norte-americana.
A Bolsa de Nova York está a
apenas 40 pontos do recorde
no índice Dow Jones, que encerrou a semana passada marcando 13.639,48 pontos e com
valorização de 1,6%. A Bovespa
segue em seu 23º recorde no
ano, com 54.518 pontos.
Segundo análise da Coinvalores, a agenda relativamente
fraca não deve alterar a percepção dos agentes econômicos e o
bom humor dos mercados.
"Não acreditamos em mudanças na percepção no curto prazo. Com isso, vemos sustentação dos preços dos ativos nos
mercados mundiais durante
esta semana."
Para Elson Teles, economista da corretora Concórdia, o
mercado deve retomar seu foco
para o Brasil, especialmente
para os indicadores que sinalizem para um eventual aquecimento na demanda interna, como atestaram na semana passada a ata do Copom e o resultado do PIB do primeiro trimestre, que cresceu 0,8%.
Hoje, o IBGE divulga o resultado das vendas no varejo em
abril. A expectativa é a de que as
vendas tenham crescido 9,5%
em relação a abril de 2006.
"A demanda continua sendo
a principal preocupação do Copom, qualquer aquecimento
acima do esperado deve sensibilizar o mercado. Os últimos
índices de inflação já ficaram
um pouco acima da expectativa. A agenda promete uma semana morna, com menor volume e volatilidade", disse Teles.
A FGV (Fundação Getulio
Vargas) divulga hoje o IGP-10
de junho, que deve ficar em
0,28%. Em maio, o índice apontou alta de 0,09% nos preços.
Na quarta, a Fipe anuncia o resultado do segunda quadrissemana de junho do IPC (Índice
de Preços ao Consumidor) no
município de São Paulo. A previsão é de alta de 0,39%.
Na quinta-feira, é a vez da divulgação da segunda prévia do
IGP-M de junho, previsto para
apontar variação de 0,35%. O
principal indicador de inflação
da semana, porém, é o IPCA-15,
prévia do índice oficial de meta
de inflação do governo, que sai
na sexta-feira. A expectativa é
que fique em 0,27%.
Ainda na agenda interna, o
destaque fica com a Pesquisa
Mensal de Emprego de maio do
IBGE, que deve trazer desemprego na casa de 9,8% -em
abril, estava em 10,1%.
Estados Unidos
Nos Estados Unidos, o destaque são os indicadores do setor
imobiliário, que continua preocupando por conta dos empréstimos ruins em carteira nos
bancos e a possibilidade de
queda nos preços das casas.
Amanhã saem o resultado de
maio da construção de novas
casas e os pedidos de licença
para novas construções. Na
quarta, será conhecido o nível
de pedidos de crédito imobiliário até a semana passada.
"O mercado imobiliário deve
ser o destaque na agenda americana, com notícias positivas
ou negativas podendo impactar
o dia-a-dia do mercado acionário brasileiro", disse Julio Martins, diretor da Prosper Gestão
de Recursos.
Para Daniel Doll Lemos, da
Socopa, o mercado continuará
a focar nos indicadores de
aquecimento da economia e de
preços nos EUA. "Há uma
preocupação constante com os
juros nos EUA. Tudo segue indefinido. Juntamente com a
China, os juros americanos
preocupam o mercado."
Na quinta, sai o resultado dos
pedidos de seguro-desemprego
da semana passada, indicador
que funciona como uma prévia
do desemprego de junho.
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