São Paulo, segunda-feira, 18 de junho de 2007

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Com agenda morna, Bolsas podem ter recordes

Mercado deve se voltar para indicadores brasileiros

DA REPORTAGEM LOCAL

Próximas de suas máximas históricas, as principais Bolsas internacionais podem bater novos recordes nesta semana, que é particularmente fraca de indicadores sobre a saúde da economia norte-americana.
A Bolsa de Nova York está a apenas 40 pontos do recorde no índice Dow Jones, que encerrou a semana passada marcando 13.639,48 pontos e com valorização de 1,6%. A Bovespa segue em seu 23º recorde no ano, com 54.518 pontos.
Segundo análise da Coinvalores, a agenda relativamente fraca não deve alterar a percepção dos agentes econômicos e o bom humor dos mercados. "Não acreditamos em mudanças na percepção no curto prazo. Com isso, vemos sustentação dos preços dos ativos nos mercados mundiais durante esta semana."
Para Elson Teles, economista da corretora Concórdia, o mercado deve retomar seu foco para o Brasil, especialmente para os indicadores que sinalizem para um eventual aquecimento na demanda interna, como atestaram na semana passada a ata do Copom e o resultado do PIB do primeiro trimestre, que cresceu 0,8%.
Hoje, o IBGE divulga o resultado das vendas no varejo em abril. A expectativa é a de que as vendas tenham crescido 9,5% em relação a abril de 2006.
"A demanda continua sendo a principal preocupação do Copom, qualquer aquecimento acima do esperado deve sensibilizar o mercado. Os últimos índices de inflação já ficaram um pouco acima da expectativa. A agenda promete uma semana morna, com menor volume e volatilidade", disse Teles.
A FGV (Fundação Getulio Vargas) divulga hoje o IGP-10 de junho, que deve ficar em 0,28%. Em maio, o índice apontou alta de 0,09% nos preços. Na quarta, a Fipe anuncia o resultado do segunda quadrissemana de junho do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) no município de São Paulo. A previsão é de alta de 0,39%.
Na quinta-feira, é a vez da divulgação da segunda prévia do IGP-M de junho, previsto para apontar variação de 0,35%. O principal indicador de inflação da semana, porém, é o IPCA-15, prévia do índice oficial de meta de inflação do governo, que sai na sexta-feira. A expectativa é que fique em 0,27%.
Ainda na agenda interna, o destaque fica com a Pesquisa Mensal de Emprego de maio do IBGE, que deve trazer desemprego na casa de 9,8% -em abril, estava em 10,1%.

Estados Unidos
Nos Estados Unidos, o destaque são os indicadores do setor imobiliário, que continua preocupando por conta dos empréstimos ruins em carteira nos bancos e a possibilidade de queda nos preços das casas. Amanhã saem o resultado de maio da construção de novas casas e os pedidos de licença para novas construções. Na quarta, será conhecido o nível de pedidos de crédito imobiliário até a semana passada.
"O mercado imobiliário deve ser o destaque na agenda americana, com notícias positivas ou negativas podendo impactar o dia-a-dia do mercado acionário brasileiro", disse Julio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.
Para Daniel Doll Lemos, da Socopa, o mercado continuará a focar nos indicadores de aquecimento da economia e de preços nos EUA. "Há uma preocupação constante com os juros nos EUA. Tudo segue indefinido. Juntamente com a China, os juros americanos preocupam o mercado."
Na quinta, sai o resultado dos pedidos de seguro-desemprego da semana passada, indicador que funciona como uma prévia do desemprego de junho.


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