São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 2008

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GM dá prazo a sindicato sobre novo investimento

Para investir R$ 800 mi, empresa quer corte salarial

FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

A GM (General Motors) deu prazo até amanhã para que o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (91 km de SP) aceite as condições impostas pela montadora para investir US$ 500 milhões (R$ 800 milhões) na unidade, na produção de um novo modelo.
A montadora quer reduzir salários e implantar um sistema de banco de horas na fábrica. Caso não haja acordo, a direção da GM afirma que começará as negociações para construir sua quarta unidade no país -há outras em São Caetano do Sul (Grande São Paulo) e em Gravataí (RS). Diz ainda que, sem o investimento, a unidade de São José dos Campos, onde trabalham 9.000 pessoas, pode ser fechada.
A GM exige redução de R$ 1.300 para R$ 1.200 no piso salarial e de R$ 2.500 para R$ 1.800 no teto salarial. A alteração valeria apenas para novos funcionários da fábrica de São José. A montadora afirma que esses valores já são praticados em São Caetano do Sul e que o custo da unidade de São José tira competitividade da empresa.
No início do ano, a GM impôs as mesmas condições na tentativa de abrir um segundo turno de produção do Corsa em São José. A proposta foi rejeitada pelo sindicato, e as 1.500 novas vagas foram transferidas para São Caetano do Sul.
Nos últimos dias, a GM e o Sindicato dos Metalúrgicos acirraram a disputa em torno da redução dos direitos dos funcionários. O sindicato distribuiu 9.000 DVDs com ataques à montadora. O vídeo opõe os recordes de produção e de vendas da GM no Brasil a reclamações de funcionários da fábrica de Gravataí sobre más condições de trabalho.
Em propagandas veiculadas na mídia de São José, a GM informa que contribui para "melhorar a qualidade de vida" dos moradores da cidade, por meio de impostos que paga à prefeitura e da geração de empregos.
Ontem, representantes do sindicato se encontraram com deputados na Assembléia Legislativa de São Paulo para pedir a interferência estatal na disputa.
"O prazo dado pela GM não é suficiente para a negociação. Queremos que o Estado bloqueie os incentivos dados à montadora, caso ela continue a fazer essas ameaças", disse Vivaldo Araújo, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos. A GM não quis comentar o caso.


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