|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Indústria do trigo prevê aumento do pão
Moinhos pedem taxa zero para trazer 1 milhão de toneladas de cereal de fora do Mercosul até entrada da safra brasileira
Agricultor defende manter alíquota de 10%; Argentina, a principal fornecedora do país, enfrenta quebra de safra; Camex se reúne hoje
DA REUTERS
DA REDAÇÃO
Representantes da Abitrigo
(Associação Brasileira da Indústria de Trigo) estiveram ontem em Brasília para reivindicar uma isenção na TEC (Tarifa
Externa Comum) para importações de trigo de países não integrantes do Mercosul.
Os moinhos querem que a
TEC do trigo, atualmente de
10%, seja zerada para uma cota
de 1 milhão de toneladas.
Há escassez na oferta no
principal fornecedor para o
Brasil, a Argentina -importações do cereal de países do
Mercosul são isentas de tarifa.
A Camex (Câmara de Comércio
Exterior) reúne-se hoje.
Se não houver essa mudança,
o preço do pão pode subir. "Os
argentinos neste ano (2008/
09) tiveram uma quebra muito
grande da safra. Segundo os cálculos do setor, temos uma falta
de cerca de 1 milhão de toneladas", afirmou o presidente da
Abitrigo, o embaixador de carreira Sérgio Amaral.
Ele observou que os argentinos normalmente exportam 5
milhões de toneladas por ano
ao Brasil. Mas as vendas estão
abaixo da média em 2009.
De janeiro a maio, segundo o
Ministério da Agricultura, as
importações brasileiras da Argentina somaram 2,39 milhões
de toneladas, ante 2,5 milhões
no ano passado, quando a Camex também teve de zerar a
TEC para um volume semelhante ao reivindicado pela
Abitrigo atualmente, por conta
de problemas na Argentina.
A indústria brasileira vem
importando mais do Uruguai e
do Paraguai. Até maio, as importações desses dois outros
integrantes do Mercosul, que
são isentas de tarifa a exemplo
das compras da Argentina, duplicaram ante 2008, para o volume de 670 mil toneladas.
As importações totais do
Brasil no acumulado do ano somaram 3 milhões de toneladas,
pouco acima das registradas
em igual período de 2008 (2,86
milhões de toneladas).
Apesar de importações totais
maiores, a Abitrigo calcula que
haverá escassez no mercado
nacional até a entrada da nova
safra brasileira, em setembro.
Agricultores dizem que a
TEC não deve ser reduzida neste ano. Uma isenção de tarifa,
mesmo que provisória, pressionaria os preços pagos aos produtores agrícolas.
A Abitrigo entende de outra
forma. Sem redução da TEC,
avalia que os moinhos terão de
repassar custos adicionais com
o cereal para a farinha de trigo.
Texto Anterior: Venda do Tesouro Direto para pessoas físicas aumenta 55% Próximo Texto: Preço agrícola subirá até 30%, prevê estudo Índice
|