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Bolsa reduz perda no fim do dia e fecha em queda de 0,31%
Dólar chega a bater R$ 2,
mas recua para R$ 1,964
DA REPORTAGEM LOCAL
Na véspera da divulgação da
esperada ata da última reunião
do Copom (comitê do Banco
Central que define os juros), o
mercado de ações teve mais um
dia de perdas. A Bolsa de Valores de São Paulo até que ensaiou uma recuperação, mas
terminou com baixa de 0,31%.
No segmento de câmbio, o
dólar, que chegou a bater em R$
2 durante os negócios, fechou
ontem vendido a R$ 1,964, em
leve recuo de 0,10%.
O cenário internacional
trouxe poucas notícias de peso
que pudessem movimentar de
forma mais intensa os mercados. O índice Dow Jones, que
reúne 30 das ações americanas
mais negociadas, terminou o
dia com queda de 0,09%.
Em dia de divulgação das
propostas de reforma regulatória do setor bancário pelo governo do presidente Barack
Obama, voltaram as preocupações e as dúvidas com o futuro
das instituições financeiras.
Mas a falta de agressividade das
propostas, segundo analistas,
evitou que os mercados tivessem um dia mais tenso.
De qualquer forma, as ações
dos bancos estiveram entre as
perdas mais elevadas em Wall
Street: para Citigroup, a desvalorização ficou em 5,23%; os
papéis do Bank of America caíram 3,38%. Para o desempenho
fraco do setor também colaborou a decisão da agência de
classificação de risco Standard
& Poor's, que rebaixou a nota
de 18 bancos. Isso significa que
a agência passou a considerar
que investir nos bancos está
mais arriscado no momento.
No mercado doméstico, apesar de os bancos não sofrerem
as mesmas dificuldades enfrentadas por seus pares norte-americanos, as ações do setor
também fecharam o pregão no
vermelho. A ação mais negociada do Bradesco caiu 0,94%;
Itaú Unibanco perdeu 0,55%; e
Banco do Brasil recuou 0,23%.
O dado econômico mais importante apresentado nos EUA
ontem, o CPI (índice de preços
ao consumidor), não ajudou a
dar ânimo ao mercado. O indicador apontou inflação de apenas 0,1% em maio -os analistas
contavam com ao menos 0,3%
de incremento. O resultado sinaliza que o consumo pode estar menos aquecido que o esperado. Nos 12 meses encerrados
em maio, houve queda de 1,3%
-a mais forte desde 1950.
Ontem o mercado acionário
doméstico mostrou melhora
nas últimas horas de pregão,
mas não conseguiu operar em
alta em nenhuma ocasião. No
pior momento do dia, a Bolsa
registrou depreciação de 1,84%
-fechou com queda de 0,31%.
O índice Ibovespa, que reúne
as 65 ações brasileiras mais negociadas, está com baixa acumulada de 4,05% em junho.
O recuo das ações de maior
peso do Ibovespa acabou por
dificultar a recuperação da Bolsa brasileira. Para os papéis da
Petrobras, a desvalorização no
dia ficou em 1,53%. Já a ação
mais negociada da Vale terminou com queda de 0,93%.
Futuro dos juros
Hoje o mercado terá na divulgação da ata do Copom um
relevante evento para acompanhar. A ata é um documento
que o BC divulga na semana seguinte às suas reuniões, no qual
explica os motivos que o levaram a mexer (ou não) na taxa
básica de juros.
Na semana passada, o Copom cortou a taxa básica de
10,25% para 9,25%, surpreendendo o mercado e criando dúvidas sobre se haverá ainda reduções nos juros em 2009.
"A importância da ata do Copom vai ser justamente no sentido de fornecer maiores esclarecimentos e sinalizações com
relação aos próximos passos da
política monetária", diz Elson
Teles, economista-chefe da
Concórdia Corretora.
(FABRICIO VIEIRA)
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