São Paulo, quinta-feira, 18 de junho de 2009

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Bolsa reduz perda no fim do dia e fecha em queda de 0,31%

Dólar chega a bater R$ 2, mas recua para R$ 1,964

DA REPORTAGEM LOCAL

Na véspera da divulgação da esperada ata da última reunião do Copom (comitê do Banco Central que define os juros), o mercado de ações teve mais um dia de perdas. A Bolsa de Valores de São Paulo até que ensaiou uma recuperação, mas terminou com baixa de 0,31%.
No segmento de câmbio, o dólar, que chegou a bater em R$ 2 durante os negócios, fechou ontem vendido a R$ 1,964, em leve recuo de 0,10%.
O cenário internacional trouxe poucas notícias de peso que pudessem movimentar de forma mais intensa os mercados. O índice Dow Jones, que reúne 30 das ações americanas mais negociadas, terminou o dia com queda de 0,09%.
Em dia de divulgação das propostas de reforma regulatória do setor bancário pelo governo do presidente Barack Obama, voltaram as preocupações e as dúvidas com o futuro das instituições financeiras. Mas a falta de agressividade das propostas, segundo analistas, evitou que os mercados tivessem um dia mais tenso.
De qualquer forma, as ações dos bancos estiveram entre as perdas mais elevadas em Wall Street: para Citigroup, a desvalorização ficou em 5,23%; os papéis do Bank of America caíram 3,38%. Para o desempenho fraco do setor também colaborou a decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor's, que rebaixou a nota de 18 bancos. Isso significa que a agência passou a considerar que investir nos bancos está mais arriscado no momento.
No mercado doméstico, apesar de os bancos não sofrerem as mesmas dificuldades enfrentadas por seus pares norte-americanos, as ações do setor também fecharam o pregão no vermelho. A ação mais negociada do Bradesco caiu 0,94%; Itaú Unibanco perdeu 0,55%; e Banco do Brasil recuou 0,23%.
O dado econômico mais importante apresentado nos EUA ontem, o CPI (índice de preços ao consumidor), não ajudou a dar ânimo ao mercado. O indicador apontou inflação de apenas 0,1% em maio -os analistas contavam com ao menos 0,3% de incremento. O resultado sinaliza que o consumo pode estar menos aquecido que o esperado. Nos 12 meses encerrados em maio, houve queda de 1,3% -a mais forte desde 1950.
Ontem o mercado acionário doméstico mostrou melhora nas últimas horas de pregão, mas não conseguiu operar em alta em nenhuma ocasião. No pior momento do dia, a Bolsa registrou depreciação de 1,84% -fechou com queda de 0,31%.
O índice Ibovespa, que reúne as 65 ações brasileiras mais negociadas, está com baixa acumulada de 4,05% em junho.
O recuo das ações de maior peso do Ibovespa acabou por dificultar a recuperação da Bolsa brasileira. Para os papéis da Petrobras, a desvalorização no dia ficou em 1,53%. Já a ação mais negociada da Vale terminou com queda de 0,93%.

Futuro dos juros
Hoje o mercado terá na divulgação da ata do Copom um relevante evento para acompanhar. A ata é um documento que o BC divulga na semana seguinte às suas reuniões, no qual explica os motivos que o levaram a mexer (ou não) na taxa básica de juros.
Na semana passada, o Copom cortou a taxa básica de 10,25% para 9,25%, surpreendendo o mercado e criando dúvidas sobre se haverá ainda reduções nos juros em 2009.
"A importância da ata do Copom vai ser justamente no sentido de fornecer maiores esclarecimentos e sinalizações com relação aos próximos passos da política monetária", diz Elson Teles, economista-chefe da Concórdia Corretora.
(FABRICIO VIEIRA)


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