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Por Matte Leão, Coca-Cola terá de abrir mão da Nestea
Empecilho à fusão, segundo o Cade, não é a participação no mercado, mas o impedimento à entrada de concorrentes
Compra da Matte Leão pela Coca foi anunciada há dois anos; Matte e Nestea teriam 16% do mercado, ante
45% da líder, Guaraviton
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Coca-Cola terá que encerrar sua parceria com a Nestlé
na fabricação dos chás gelados
da marca Nestea no Brasil para
poder oficializar a compra,
anunciada há dois anos, da
Matte Leão. Essa foi a condição
imposta pelo Cade (Conselho
Administrativo de Defesa Econômica) para que a operação
fosse aprovada.
Essa restrição já vinha sendo
negociada com a Coca-Cola antes do julgamento, ocorrido ontem. Não foram divulgados o
prazo que a empresa terá para
seguir essa recomendação nem
as punições a que estará sujeita
em caso de descumprimento.
Por meio de sua assessoria de
imprensa, a Coca Cola classificou de "favorável" o acordo feito com o Cade e afirmou que a
empresa irá cooperar "no plano
de transição para a operação de
Nestea no país".
A parceria entre Coca-Cola e
Nestlé para a fabricação dos
chás Nestea existe em vários
países, sendo que no Brasil começou em 2002. Com a decisão
do Cade, a Nestlé poderá optar
em manter essa operação por
conta própria ou por parcerias.
No entendimento do Cade, a
fusão das marcas Matte Leão e
Nestea, que ocorreria com a
compra da Coca-Cola, não chegaria a provocar uma concentração muito grande no mercado. O problema estaria na dificuldade que novas empresas
teriam para entrar no setor.
O Cade considerou as operações de Matte Leão e Nestea como parte do mercado de chás e
refrescos à base de guaraná. A
líder no setor é a empresa fabricante do Guaraviton, com participação de 45% nas vendas
em todo o país, segundo dados
de 2006. Matte Leão (11%),
Lipton/Pepsi (6%) e Nestea
(5%) têm um peso menor.
Mas, considerando que dois
terços das vendas do Guaraviton estão no Rio, a Coca-Cola,
se unisse Matte Leão e Nestea,
seria das únicas a possuir uma
rede de distribuição nacional.
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