São Paulo, quinta-feira, 18 de junho de 2009

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Por Matte Leão, Coca-Cola terá de abrir mão da Nestea

Empecilho à fusão, segundo o Cade, não é a participação no mercado, mas o impedimento à entrada de concorrentes

Compra da Matte Leão pela Coca foi anunciada há dois anos; Matte e Nestea teriam 16% do mercado, ante 45% da líder, Guaraviton

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Coca-Cola terá que encerrar sua parceria com a Nestlé na fabricação dos chás gelados da marca Nestea no Brasil para poder oficializar a compra, anunciada há dois anos, da Matte Leão. Essa foi a condição imposta pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para que a operação fosse aprovada.
Essa restrição já vinha sendo negociada com a Coca-Cola antes do julgamento, ocorrido ontem. Não foram divulgados o prazo que a empresa terá para seguir essa recomendação nem as punições a que estará sujeita em caso de descumprimento.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Coca Cola classificou de "favorável" o acordo feito com o Cade e afirmou que a empresa irá cooperar "no plano de transição para a operação de Nestea no país".
A parceria entre Coca-Cola e Nestlé para a fabricação dos chás Nestea existe em vários países, sendo que no Brasil começou em 2002. Com a decisão do Cade, a Nestlé poderá optar em manter essa operação por conta própria ou por parcerias.
No entendimento do Cade, a fusão das marcas Matte Leão e Nestea, que ocorreria com a compra da Coca-Cola, não chegaria a provocar uma concentração muito grande no mercado. O problema estaria na dificuldade que novas empresas teriam para entrar no setor.
O Cade considerou as operações de Matte Leão e Nestea como parte do mercado de chás e refrescos à base de guaraná. A líder no setor é a empresa fabricante do Guaraviton, com participação de 45% nas vendas em todo o país, segundo dados de 2006. Matte Leão (11%), Lipton/Pepsi (6%) e Nestea (5%) têm um peso menor.
Mas, considerando que dois terços das vendas do Guaraviton estão no Rio, a Coca-Cola, se unisse Matte Leão e Nestea, seria das únicas a possuir uma rede de distribuição nacional.


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