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TELECOMUNICAÇÕES
Venda da empresa ao consórcio Brasil Telecom foi anunciada na sexta-feira; Anatel vai recorrer da decisão
Governo gaúcho consegue liminar contra venda da CRT
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O governo gaúcho obteve na
Justiça Federal a suspensão da
venda da CRT (Companhia Riograndense de Telecomunicações)
para o consórcio Brasil Telecom.
A liminar foi concedida pelo juiz
plantonista e está sendo analisada
pela juíza titular, Ana La Torre,
que poderá confirmá-la ou não.
A Telefônica anunciou a venda
da CRT para o consórcio Brasil
Telecom, por cerca de US$ 800
milhões, na sexta-feira passada. A
empresa controla a CRT por meio
do consórcio Tele Brasil Sul, que
detém 85,19% da empresa. O contrato de transferência deveria ser
assinado no dia 31 de julho.
Ainda na sexta-feira, a Procuradoria Geral do Estado entrou com
uma ação civil pública contra a
Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), a Tele Brasil Sul
e a Brasil Telecom.
Na ação, o governo gaúcho alegou que a Anatel foi omissa ao
não exigir o cumprimento do decreto 2.534/98, que regulamenta o
Plano Geral de Outorgas, pelo
qual a TBS deveria ter se afastado
da direção da CRT no dia 4 de fevereiro.
Além disso, os advogados do
governo gaúcho acusaram a ausência de investimentos na CRT e
problemas nos contratos por ela
firmados.
De acordo com a procuradoria,
o objetivo da ação é defender os
usuários do serviço de telefonia fixa no Estado, que, segundo ela,
foram prejudicados.
""Esse procedimento pode resultar na caducidade, ou seja, perda
da concessão, importando em nova licitação", disse a procuradora
Márcia Cadore.
Anatel vai recorrer
A Anatel informou que vai
aguardar notificação oficial da
Justiça para reagir à liminar que
proíbe a venda da CRT para o
consórcio Brasil Telecom.
Assim que for notificada, a
agência irá obrigatoriamente recorrer da decisão. A Anatel informa que tem amparo legal para isso porque, de acordo com a legislação do processo de privatização
do setor de telecomunicações,
uma empresa não pode ter participação em empresas de telefonia
fixa em regiões diferentes.
A Telefônica tem participação
na CRT e na Telesp, que ficam em
regiões diferentes. As regiões foram definidas pela Anatel no processo de privatização.
Enquanto a venda não se concretizar, permanece a intervenção
da Anatel na CRT. A intervenção
começou em 20 de junho, com
prazo máximo de 180 dias para
acabar.
Mesmo antes de prazo, a Anatel
poderá fazer novo leilão da CRT
caso a Telefônica não consiga
vender sua participação na empresa. O consórcio Brasil Telecom
é o único grupo habilitado para a
compra.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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