São Paulo, quarta-feira, 18 de julho de 2007

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Justiça amplia a falência do Banco Santos

Administrador da massa falida decidirá sobre bens de outras 5 empresas de Edemar

Passivo deixado pelo grupo do empresário é estimado em cerca de R$ 3 bi, mas os créditos apurados ainda não ultrapassavam R$ 240 mi

JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

A Justiça do Estado de São Paulo decretou a falência de cinco empresas pertencentes ao banqueiro Edemar Cid Ferreira. Na lista constam Atalanta, Cid Ferreira Collection, Maremar, Hyles e Finsec.
Edemar é o ex-controlador do Banco Santos, cuja falência foi decretada em setembro de 2005. Desde então, ele enfrenta uma série de denúncias relativas à gestão do banco.
A sentença foi assinada no último dia 4 pelo juiz Caio Marcelo Mendes de Oliveira, da 2ª Vara de Falências e Recuperações.
O magistrado atendeu a um pedido feito pelo Ministério Público de São Paulo e endossado pelo administrador da massa falida do Banco Santos, Vânio Cesar Aguiar.
De acordo com os promotores, a extensão da falência deveria acontecer porque o dinheiro do Banco Santos teria sido desviado para essas outras empresas de Edemar.
Com a decisão, as cinco empresas com falência decretada perdem o direito à movimentação financeira. A partir de agora, também serão administradas por Vânio Aguiar. Assim, os créditos serão destinados a pagamento de credores do banco.
A 6ª Vara Federal Criminal condenou Edemar a 21 anos de prisão por prática de crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. O banqueiro -cuja mulher, Márcia Cid Ferreira, foi condenada a quatro anos - chegou a ser preso, mas recorreu da sentença. Os passivos do Santos estão avaliados em cerca de R$ 3 bilhões. Os créditos da massa, em contrapartida, não contam com mais de R$ 240 milhões.
A Folha apurou que, a princípio, com a falência da semana passada, a recuperação de créditos deverá aumentar consideravelmente.
A Atalanta era a empresa que controlava a mansão de Edemar, cujos gastos consumiram cerca de R$ 150 milhões. Já a Cid Collection era responsável pelas obras de arte (avaliadas em mais ou menos R$ 30 milhões). Com a Finsec, existem outros R$ 300 milhões em créditos securitizados, que estão sendo discutidos judicialmente. A Hyles cuidava de imóveis que envolvem mais R$ 100 milhões. E a Maremar contabiliza R$ 500 milhões em empréstimos a pessoas ligadas ao banqueiro.


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