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Bovespa tem avanço de 5,8% na semana; dólar cai para R$ 1,928
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de analistas considerarem que as ações estão caras,
a Bolsa de Valores de São Paulo
atravessou uma semana de expressivos ganhos. A BM&FBovespa retomou o patamar dos
52 mil pontos, ao registrar valorização de 5,79% no período.
Ontem, a alta ficou em 0,30%.
Wall Street, impulsionada
por resultados corporativos e
dados econômicos um pouco
melhores que as expectativas,
ganhou fôlego nos últimos dias,
o que favoreceu o mercado brasileiro. O índice Dow Jones,
que reúne 30 das mais negociadas ações dos EUA, acumulou
alta de 7,3% na semana.
Ontem, a alta foi menos intensa nos EUA (0,37%), em
parte devido ao decepcionante
resultado da GE, que registrou
lucro 42,6% menor no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2008.
O lucro líquido da empresa no
semestre alcançou os US$
5,579 bilhões e ficou abaixo das
projeções dos analistas. As
ações da GE fecharam ontem
em queda de 6% em Nova York.
No pregão local, a maioria
das ações registrou alta na semana. Foram 51 valorizações
entre os 64 papéis que formam
a carteira teórica do índice Ibovespa. O movimento de recuperação fez a Bolsa sair do vermelho no mês -está agora com alta de 1,18%- e passar a acumular 38,67% de ganhos no ano.
Para o capital externo, o resultado da Bolsa brasileira é
ainda mais impressionante: em
dólares, o Ibovespa está com
valorização anual de 68%.
Essa elevada alta em dólares
tem estimulado investidores
estrangeiros a se desfazerem de
ações brasileiras. No jargão do
mercado, os investidores têm
optado por realizar os lucros
acumulados.
Nas duas primeiras semanas
do mês, os estrangeiros mais
venderam que compraram
ações brasileiras, em um montante que alcança os R$ 2,14 bilhões. Segundo operadores, essa saída de capital externo diminuiu nos últimos pregões.
"A semana teve como destaque os resultados corporativos
americanos, especialmente o
das empresas do setor financeiro, como o do banco Goldman
Sachs, que superou a estimativa dos analistas. Aos bons números se somaram o divulgação da ata do Fed [banco central dos EUA], que informou
que o declínio na atividade econômica nos EUA poderá terminar", afirma a área de análise da
XP Investimentos.
A recuperação das commodities metálicas e do petróleo
também foi decisiva para o desempenho do mercado local. O
índice Ibovespa tem mais de
40% de sua carteira atrelada a
ações de companhias que
acompanham a oscilação das
commodities no exterior.
O petróleo subiu 2,48% ontem em Nova York, para
US$ 63,56 o barril. A ação preferencial da Petrobras, a mais
negociada da Bolsa, alcançou
alta de 6,17% na semana. Ontem, subiu 1,77%.
No setor siderúrgico, a maior
valorização da semana ficou
com a ação preferencial da Gerdau, que subiu 8,61%.
O dólar acompanhou a melhora do mercado na semana. A
moeda norte-americana encerrou ontem cotada a R$ 1,928,
com recuo de 0,16%. Na semana, o dólar teve depreciação de
3,7% diante do real.
"A semana que vem se mostra mais fraca em termos de indicadores e provavelmente os
resultados corporativos americanos e brasileiros permanecerão no foco dos investidores",
diz a XP Investimentos.
No Brasil, é grande a expectativa em relação à decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), que se reunirá na terça e
na quarta para definir como fica a taxa básica Selic, que está
em 9,25% ao ano. O mercado
está dividido entre um corte de
0,25 ou 0,50 ponto percentual.
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