São Paulo, sábado, 18 de julho de 2009

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Bovespa tem avanço de 5,8% na semana; dólar cai para R$ 1,928

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de analistas considerarem que as ações estão caras, a Bolsa de Valores de São Paulo atravessou uma semana de expressivos ganhos. A BM&FBovespa retomou o patamar dos 52 mil pontos, ao registrar valorização de 5,79% no período. Ontem, a alta ficou em 0,30%.
Wall Street, impulsionada por resultados corporativos e dados econômicos um pouco melhores que as expectativas, ganhou fôlego nos últimos dias, o que favoreceu o mercado brasileiro. O índice Dow Jones, que reúne 30 das mais negociadas ações dos EUA, acumulou alta de 7,3% na semana.
Ontem, a alta foi menos intensa nos EUA (0,37%), em parte devido ao decepcionante resultado da GE, que registrou lucro 42,6% menor no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2008. O lucro líquido da empresa no semestre alcançou os US$ 5,579 bilhões e ficou abaixo das projeções dos analistas. As ações da GE fecharam ontem em queda de 6% em Nova York.
No pregão local, a maioria das ações registrou alta na semana. Foram 51 valorizações entre os 64 papéis que formam a carteira teórica do índice Ibovespa. O movimento de recuperação fez a Bolsa sair do vermelho no mês -está agora com alta de 1,18%- e passar a acumular 38,67% de ganhos no ano.
Para o capital externo, o resultado da Bolsa brasileira é ainda mais impressionante: em dólares, o Ibovespa está com valorização anual de 68%.
Essa elevada alta em dólares tem estimulado investidores estrangeiros a se desfazerem de ações brasileiras. No jargão do mercado, os investidores têm optado por realizar os lucros acumulados.
Nas duas primeiras semanas do mês, os estrangeiros mais venderam que compraram ações brasileiras, em um montante que alcança os R$ 2,14 bilhões. Segundo operadores, essa saída de capital externo diminuiu nos últimos pregões.
"A semana teve como destaque os resultados corporativos americanos, especialmente o das empresas do setor financeiro, como o do banco Goldman Sachs, que superou a estimativa dos analistas. Aos bons números se somaram o divulgação da ata do Fed [banco central dos EUA], que informou que o declínio na atividade econômica nos EUA poderá terminar", afirma a área de análise da XP Investimentos.
A recuperação das commodities metálicas e do petróleo também foi decisiva para o desempenho do mercado local. O índice Ibovespa tem mais de 40% de sua carteira atrelada a ações de companhias que acompanham a oscilação das commodities no exterior.
O petróleo subiu 2,48% ontem em Nova York, para US$ 63,56 o barril. A ação preferencial da Petrobras, a mais negociada da Bolsa, alcançou alta de 6,17% na semana. Ontem, subiu 1,77%.
No setor siderúrgico, a maior valorização da semana ficou com a ação preferencial da Gerdau, que subiu 8,61%.
O dólar acompanhou a melhora do mercado na semana. A moeda norte-americana encerrou ontem cotada a R$ 1,928, com recuo de 0,16%. Na semana, o dólar teve depreciação de 3,7% diante do real.
"A semana que vem se mostra mais fraca em termos de indicadores e provavelmente os resultados corporativos americanos e brasileiros permanecerão no foco dos investidores", diz a XP Investimentos.
No Brasil, é grande a expectativa em relação à decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), que se reunirá na terça e na quarta para definir como fica a taxa básica Selic, que está em 9,25% ao ano. O mercado está dividido entre um corte de 0,25 ou 0,50 ponto percentual.


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