São Paulo, sexta, 18 de julho de 1997.



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INVESTIMENTOS
Obras começam em 90 dias; apesar da crise, grupo coreano também mantém planos de produzir veículos na BA
Kia instala fábrica de caminhões em Itu

ARTHUR PEREIRA FILHO
da Reportagem Local

A Kia, oitavo maior grupo industrial da Coréia do Sul, mantém os investimentos previstos para o Brasil, apesar das dificuldades econômicas enfrentadas pela matriz.
O grupo confirma a intenção de construir duas fábricas no Brasil. Vai produzir comerciais leves na Bahia com a marca Asia -a Asia é uma subsidiária da Kia- e caminhões leves em São Paulo.
A Kia do Brasil anuncia oficialmente dia 11 de agosto a decisão de instalar uma fábrica de caminhões leves em Itu (SP) para produzir 10 mil modelos Bongo por ano a partir de julho de 99. As obras devem começar em 90 dias.
O investimento previsto -US$ 50 milhões- será feito totalmente pelo grupo brasileiro responsável pela importação dos veículos Kia para o Brasil.
"A Kia entra com o projeto da fábrica e transferência de tecnologia", diz José Luiz Gandini, diretor da Kia brasileira. Cerca de 30% da produção será exportada para os países do Mercosul.
A unidade será instalada em área de 300 mil metros quadrados e contará com incentivos fiscais do município.
O início da construção da fábrica de comerciais leves da Asia Motors, em Camaçari (Bahia), também está confirmado para 8 de agosto. A montadora e os sócios brasileiros vão investir US$ 500 milhões para fabricar 60 mil vans Towner e Topic por ano a partir de outubro de 99.
A unidade terá capacidade total para 130 mil unidades/ano.
Em carta enviada ontem a Washington Lopes, presidente da Asia Motors do Brasil, o vice-presidente do Grupo Kia, Seung Ahn Kim, afirma que "o projeto brasileiro não sofrerá nenhuma mudança" e "será conduzido de acordo com os compromissos já firmados".
Segundo Kim, projetos internacionais como os que estão em andamento na Indonésia e no Brasil serão mantidos integralmente, apesar da entrada em vigor do "programa de proteção" ao grupo, elaborado por instituições coreanas.
O Grupo Kia -um conglomerado de 38 empresas- tem uma dívida calculada em cerca de US$ 10, 7 bilhões e entrou em concordata.
Um grupo de bancos, liderado pelo Korean First Bank, elabora um plano de apoio financeiro para reestruturar a Kia.
Os importadores oficiais da Kia e da Asia Motors no país dizem que os planos de importação de carros e peças de reposição não serão afetados pela crise econômica enfrentada pelo grupo.
O presidente mundial da montadora coreana Hyundai, B. J. Park, disse ontem ao presidente Fernando Henrique Cardoso, no Palácio do Planalto, que a empresa irá construir uma fábrica de mini-vans e vans em Simões Filho (BA). Serão investidos R$ 280 milhões na montadora, que produzirá 40 mil veículos por ano a partir de março de 1999.


Colaborou a Sucursal de Brasília



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