São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br


Venda da Aracruz para VCP inspira novo modelo de fusão

A decisão da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) sobre o controle acionário na Aracruz, caso se confirme a venda para a VCP (Votorantim Celulose e Papel), servirá de modelo para futuras negociações de fusões.
Essa é a tese da advogada Érica Gorga, professora da Fundação Getulio Vargas especializada em mercado de capitais.
Segundo ela, o controle acionário das empresas se dispersou. Em 2004, o maior acionista, que chegava a ter, em média, 70% do capital votante da empresa, agora, no Novo Mercado (criado em 2000 e que torna as companhias mais transparentes), tem cerca de 36%.
Érica Gorga diz que a abertura para sócios minoritários ampliou os acordos de acionistas -que protegem os sócios menores e podem regular como o controle acionário é exercido.
De 84 companhias listadas na Bolsa sem acionista com maioria das ações, 42 têm acordos de acionistas, segundo Gorga. Dessas 42, só 3 não possuem acordos que regulamentam como será o voto nas assembléias gerais e apenas 10 não disciplinam como o controle das ações será conduzido.
"A nova realidade brasileira exige um controle compartilhado das empresas listadas na Bolsa", diz a professora.
No caso Aracruz, a CVM deve avaliar se haverá ou não mudança no controle da empresa que eventualmente será adquirida pelo grupo Votorantim. "A CVM até pode decidir não se manifestar, mas, nesse caso, também demonstrará uma posição: a de ser mais liberal ao não ver troca de controle."
Neste mês, a VCP anunciou oferta para assumir o controle da Aracruz. Se o negócio se concretizar, pode assumir 56% do capital votante da companhia.
Para Gorga, a compra mudaria o controle acionário. Quando isso acontece, os sócios têm direito a receber um prêmio -preferência para comprar as ações ou podem vendê-las pelo preço negociado com a VCP (provavelmente maior que o de mercado). "O caso moldará outros de empresas que também têm acordo acionário que compartilha o controle. Essa situação é a que predomina."

Rede Burger King vende, em média, 50% a mais no Brasil

O Burger King quer dobrar de tamanho no Brasil em até dois anos e pretende se consolidar no Rio de Janeiro, que, segundo a empresa, é o mercado mais competitivo em que a cadeia já entrou no país. John Chidsey, presidente mundial da rede, esteve na capital fluminense para abrir o milésimo restaurante na América Latina e o primeiro no Rio.
A rede chegou ao Brasil em 2004 e, em média, dobra o número de restaurantes abertos por ano desde então. São 56 restaurantes em 14 Estados.
O resultado de novas lojas ainda não chega perto do obtido no México, terceiro país onde a rede mais cresce, com 40 a 45 unidades inauguradas ao ano desde 2002, mas as vendas brasileiras são expressivas.
"Em média, nossas vendas no Brasil estão aproximadamente 50% maiores do que no resto da América Latina", diz Armando Jacomino, presidente para a América Latina.
A rede intensificará o avanço no Brasil e deve chegar a cem restaurantes em dois anos. O investimento para alcançar o projeto é de R$ 100 milhões. No Rio de Janeiro, o objetivo da companhia é inaugurar 35 lojas no Estado em cinco anos.

VRUUUM VRUUUM
A Harley-Davidson brasileira vai começar a exportar as roupas da marca fabricadas no país. O Brasil é o primeiro fora dos Estados Unidos a receber permissão para exportar. A princípio, os focos serão a América Latina e a Ásia. Segundo Carlos Byron, diretor da área de roupas da empresa, nessas regiões, os consumidores querem opções com modelagem mais justa e estilo mais elaborado. "Os EUA vão ficar com as exportações de roupas básicas e com a produção em massa. Estamos nos especializando no que não é básico, com aplicações e técnicas de estamparia sofisticadas."

NO CARDÁPIO
A Habix, que atua no mercado de crédito imobiliário, oferecerá financiamentos de imóveis de diversos bancos, como Real, Unibanco e HSBC. "Vamos começar a oferecer o conceito de loja multimarca de crédito imobiliário no país", diz Alexandre Pádua, diretor-presidente da empresa. Segundo o executivo, o serviço facilitará a comparação de condições oferecidas por instituições financeiras. Em 12 meses, deve haver 17 lojas da Habix no Brasil.

NO ALVO
Até o final do ano, a meta da Caixa Econômica Federal para investimento em habitação é de R$ 20,4 bilhões. Até quarta, foram contratados R$ 12,19 bi.

ECONOMIA
Paulo Bernardo (Planejamento), Octávio de Barros (Bradesco), Regina Nunes (Standard & Poor's) e Maria Helena Santana (CVM) estarão na semana da economia da Faap a partir de hoje em SP.

TRAVESSEIRO
As vendas de cama, mesa e banho caíram 2,5% na primeira quinzena ante igual período anterior, diz o sindicato do setor.

TABELIONATO: PROTESTO DE TÍTULOS CRESCE 3,65% EM SÃO PAULO
O número de títulos protestados em São Paulo chegou a 68.534 no mês passado, alta de 3,65% ante junho, segundo o Instituto de Estudos de Protestos de Títulos. A explicação do instituto é que o total de títulos apresentados ao Serviço Central de Protesto de Títulos voltou a subir ao maior nível desde janeiro, de 202.343 em julho ante 174.757 no mês anterior. Os cancelamentos de títulos bateram recorde no ano em julho -30.190. Cresceu o número de títulos novos, notas promissórias e duplicatas protestados, mas caiu o de cheques e o de letras de câmbio.

com JOANA CUNHA, VERENA FORNETTI e MARINA GAZZONI



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