São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 2008

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Índices de preço são destaque no Brasil e nos EUA

IPCA-15 e PPI são os principais indicadores desta semana

DA REPORTAGEM LOCAL

As divulgações de índices de preços, no Brasil e no exterior, estarão no centro da agenda econômica da semana.
Para o mercado internacional, a apresentação do PPI (índice de preços ao produto norte-americano) de julho, amanhã, será muito relevante. Ainda há muitas dúvidas em relação ao futuro da economia norte-americana, e os dados de inflação podem dar um sinal sobre como andam o consumo e a produção.
"Vários indicadores de inflação serão divulgados na semana, com destaque para o IPCA-15 de agosto, na sexta-feira. Nossas estimativas apontam para uma alta de 0,40% para o índice cheio. O recuo na inflação mensal será determinado pela forte desaceleração na taxa do grupo alimentação", avalia o economista-chefe da corretora Concórdia, Elson Teles.
Espécie de prévia para o IPCA (índice oficial, utilizado para monitorar a meta do BC), o IPCA-15 é relevante para o mercado financeiro fazer projeções para o resultado final do índice no mês.
Os riscos ao cumprimento da meta de inflação estipulada pelo Banco Central brasileiro levaram o Copom (Comitê de Política Monetária) a iniciar um processo de elevação dos juros básicos, que estão em 13% anuais. O mercado espera que os juros alcancem ao menos 14,5% até o fim do ano.

Mais índices
Outros indicadores de preço estão programados para a agenda brasileira nesta semana. Hoje, a FGV vai divulgar o IGP-10. Na quarta, é a vez de o IPC da Fipe ser conhecido.
Para o enfraquecido mercado acionário brasileiro, seria ruim que saíssem índices de preço muito acima do esperado, que provocassem o temor de que os juros tenham de ser mantidos em níveis elevados por mais tempo. Com mais uma queda na semana passada, a Bovespa passou a acumular desvalorização de 15,09% em 2008.
"Para a semana, mais uma vez será fundamental para o desempenho da Bolsa local a variação das commodities no mercado externo. Recentemente temos acompanhado um movimento de descolamento da nossa Bolsa local em relação às americanas", afirma Marco Antonio Saravalle, analista da corretora Coinvalores.
"Com a desvalorização dos metais, minérios e petróleo, as principais Bolsas externas responderam bem, haja vista a menor pressão nos custos. Já no Brasil, forte produtor e com diversas empresas desses setores, o movimento é contrário, de desvalorização", afirma o analista da Coinvalores.

Petróleo
O que poderá mexer com o petróleo e, conseqüentemente, com as ações da Petrobras e com a Bovespa são os estoques do produto nos Estados Unidos. Na quarta-feira, será divulgado o resultado dos estoques de petróleo e derivados na maior economia do mundo.
Níveis baixos poderão provocar uma elevação nos preços do produto, que estão bastante baixos se comparados a seus patamares recentes. Na semana passada, a queda nos estoques de gasolina nos Estados Unidos chegou a pressionar o petróleo.
Na sexta-feira, o barril de petróleo encerrou vendido a US$ 113,77 em Nova York, com recuo de 1,08%. O produto chegou a superar US$ 145 no começo de julho.
Como as ações da Petrobras são as de maior peso e as mais negociadas da Bolsa de Valores de São Paulo, sua reação negativa ao enfraquecimento do petróleo acaba por afetar o resultado final do mercado acionário como um todo.


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