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São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2003

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FINANCIAMENTO

Governo decide estender o benefício dado aos trabalhadores aos que recebem mensalmente da Previdência

Aposentado também terá desconto em folha

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o governo estenderá aos aposentados a possibilidade de descontar empréstimos bancários dos seus benefícios, como a medida anunciada ontem para trabalhadores do setor privado.
"O que nós estamos fazendo com vocês nós vamos fazer com os aposentados brasileiros. É só acertar como isso vai para a folha de pagamento do INSS [Instituto Nacional do Seguro Social]. Temos de estender esse benefício aos 19 milhões de aposentados", disse Lula, em discurso para sindicalistas e representantes de bancos (na verdade, o número de beneficiados já supera 21 milhões).
A idéia do desconto em folha é garantir o pagamento do empréstimo, o que pode contribuir para a cobrança de juros menores. Segundo Lula, a inclusão dos aposentados depende apenas de negociações com o INSS.
"Obviamente no caso dos aposentados vai ser preciso discutir, porque não sei se o INSS tem a mesma rapidez e controle da folha de pagamento que tem uma empresa mais organizada", disse Lula ao anunciar a medida.
Ao comentar a vinculação do programa aos sindicatos, que poderão participar das negociações com os bancos, Lula brincou com os jornalistas: "Vocês não precisarão andar dizendo, quando forem tomar um chopinho: "Ah, estou pendurado no cartão de crédito, meu cheque especial está estourando". Vocês vão ao banco, pegam um empréstimo e vão pagar um juro mais barato. Ou seja, está resolvido o problema da pendura, também do jornalista, neste país".

Mais dinheiro
Ao final da cerimônia, Lula agradeceu aos representantes dos bancos privados e públicos e fez um apelo: "Por favor, mantenham o caixa aberto porque nós vamos precisar de muito dinheiro no Brasil".
Antes, ele havia dito que a nova modalidade de financiamento pode estimular a retomada do emprego e favorecer o comércio nas vendas do final de ano.
Aos sindicalistas presentes à cerimônia, entre eles Luiz Marinho, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), e Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, da Força Sindical, Lula pediu firmeza na negociação com os bancos.
"Essa medida, se assumida pelo conjunto dos trabalhadores assalariados, é um potencial de movimentação de recursos excepcional. E aí o movimento sindical precisa jogar duro para que haja um acordo em que os juros sejam efetivamente compatíveis com as necessidades que o trabalhador tem", afirmou o presidente.


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