São Paulo, terça-feira, 18 de setembro de 2007

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Falta de gás boliviano faz Cuiabá decretar emergência

Queda constante de energia afeta abastecimento de água

HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

A suspensão pelo governo boliviano do fornecimento de gás à usina termelétrica Governador Mário Covas, em Cuiabá (MT), deixou "vulnerável a distribuição de energia" na cidade, segundo a Cemat (Centrais Elétricas Mato-grossenses). Desde o início do mês, a Bolívia mantém a suspensão.
O prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), decretou ontem situação de emergência devido "às constantes oscilações e queda de energia elétrica", que, segundo ele, prejudicam o abastecimento de água ao danificar máquinas da companhia de saneamento.
O decreto também foi motivado pela dificuldade na captação de água, devido à seca.
A Bolívia suspendeu a entrega de gás afirmando estar com produção insuficiente, além de precisar atender à demanda da Petrobras por 30 milhões de metros cúbicos diariamente.
No último dia 12, houve interrupção no fornecimento de energia para 39.521 dos 850 mil consumidores em Mato Grosso. Foram atingidos 35 bairros de Cuiabá e da cidade vizinha de Várzea Grande, além de localidades nos municípios de Acorizal, Jangada, Chapada dos Guimarães, Nossa Senhora do Livramento e Rosário Oeste.
A interrupção foi causada por defeito em um transformador na subestação da Eletronorte em Cuiabá, informou a Cemat. "Porém, o fornecimento de energia não teria sido interrompido se a usina [a gás] estivesse funcionando", acrescentou a empresa.
A Cemat diz que devido ao forte calor em Mato Grosso o consumo de energia das 13h às 20h aumentou 11,6%, passando de 814 MW, em setembro do ano passado, para 909 MW.
Mato Grosso recebe energia do SIN (Sistema Interligado Nacional), produzida em outros Estados, e conta com hidrelétricas e pequenas termelétricas. Mas, para a Cemat, sem a usina Governador Mário Covas, o sistema "está rodando sem estepe" para emergência.
Até então o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), afirmava que a usina não era fundamental para o abastecimento do Estado. Ontem, a reportagem não conseguiu nova avaliação dele. A direção da Pantanal Energia, que opera a usina Governador Mário Covas, não telefonou de volta.


Colaborou FABIANO MAISONNAVE , em Caracas



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