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Falta de gás boliviano faz Cuiabá decretar emergência
Queda constante de energia
afeta abastecimento de água
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
A suspensão pelo governo
boliviano do fornecimento de
gás à usina termelétrica Governador Mário Covas, em Cuiabá
(MT), deixou "vulnerável a distribuição de energia" na cidade,
segundo a Cemat (Centrais
Elétricas Mato-grossenses).
Desde o início do mês, a Bolívia
mantém a suspensão.
O prefeito de Cuiabá, Wilson
Santos (PSDB), decretou ontem situação de emergência devido "às constantes oscilações e
queda de energia elétrica", que,
segundo ele, prejudicam o
abastecimento de água ao danificar máquinas da companhia
de saneamento.
O decreto também foi motivado pela dificuldade na captação de água, devido à seca.
A Bolívia suspendeu a entrega de gás afirmando estar com
produção insuficiente, além de
precisar atender à demanda da
Petrobras por 30 milhões de
metros cúbicos diariamente.
No último dia 12, houve interrupção no fornecimento de
energia para 39.521 dos 850 mil
consumidores em Mato Grosso. Foram atingidos 35 bairros
de Cuiabá e da cidade vizinha
de Várzea Grande, além de localidades nos municípios de
Acorizal, Jangada, Chapada dos
Guimarães, Nossa Senhora do
Livramento e Rosário Oeste.
A interrupção foi causada
por defeito em um transformador na subestação da Eletronorte em Cuiabá, informou a
Cemat. "Porém, o fornecimento de energia não teria sido interrompido se a usina [a gás]
estivesse funcionando", acrescentou a empresa.
A Cemat diz que devido ao
forte calor em Mato Grosso o
consumo de energia das 13h às
20h aumentou 11,6%, passando
de 814 MW, em setembro do
ano passado, para 909 MW.
Mato Grosso recebe energia
do SIN (Sistema Interligado
Nacional), produzida em outros Estados, e conta com hidrelétricas e pequenas termelétricas. Mas, para a Cemat,
sem a usina Governador Mário
Covas, o sistema "está rodando
sem estepe" para emergência.
Até então o governador de
Mato Grosso, Blairo Maggi
(PR), afirmava que a usina não
era fundamental para o abastecimento do Estado. Ontem, a
reportagem não conseguiu nova avaliação dele. A direção da
Pantanal Energia, que opera a
usina Governador Mário Covas, não telefonou de volta.
Colaborou FABIANO MAISONNAVE ,
em Caracas
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