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Lucro de bancos cai 24% no 1º semestre
Instituições públicas tiveram recuo maior nos ganhos, mas ampliaram carteira de crédito em ritmo mais forte que o dos bancos privados
Apesar de ser o 9º no ranking do país, Citibank registrou o 4º maior lucro no período, atrás de Itaú-Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com o agravamento da crise
internacional, o lucro dos bancos que atuam no Brasil teve
uma queda de 24,5% no primeiro semestre deste ano, segundo
levantamento feito pelo Banco
Central com os balanços das
cem instituições financeiras
que operam no país.
De acordo com o BC, o resultado acumulado entre janeiro e
junho foi de R$ 19,3 bilhões, ante R$ 25,6 bilhões registrados
no mesmo período de 2008. Os
dados mostram que as dificuldades foram enfrentadas tanto
por bancos públicos como pelos privados, apesar de a queda
ter sido um pouco maior nas
instituições estatais.
Os bancos públicos lucraram
R$ 5,74 bilhões no primeiro semestre, um recuo de 26,7% na
comparação com os primeiros
seis meses do ano passado.
No mesmo espaço de tempo,
os ganhos das instituições privadas caiu 23,5%, chegando a
R$ 13,6 bilhões na primeira metade deste ano.
Os valores se referem apenas
às instituições financeiras propriamente ditas. Ou seja, não
incluem empresas que prestam
outros tipos de serviço financeiro, como seguradoras, administradoras de cartões de crédito e planos de previdência que
façam parte do mesmo conglomerado dos bancos.
Itaú Unibanco e Bradesco foram as instituições financeiras
que apresentaram os maiores
lucros no primeiro semestre,
seguidos do Banco do Brasil. O
Citibank, apesar de ser apenas
o nono maior banco do país no
critério de ativos, teve o quarto
maior ganho entre janeiro e junho.
Expansão do crédito
Apesar de terem ficado um
pouco atrás em termos de lucratividade, os bancos públicos
foram os que registraram a
maior expansão do crédito, fazendo inclusive com que o Banco do Brasil retomasse o posto
de maior instituição financeira
do país, ultrapassando o Itaú
Unibanco.
Entre setembro de 2008 e julho de 2009, ainda segundo dados do BC, a carteira de crédito
dos bancos públicos cresceu
32,9%, enquanto nas instituições privadas de grande porte a
expansão foi de 9,1% no mesmo
período. Nos bancos pequenos
e nos médios, ao contrário,
houve ligeiro recuo de 0,3%.
O problema é que maior concessão de empréstimos não significa, necessariamente, maiores ganhos para os bancos. Nessas operações, a rentabilidade
depende não apenas dos juros
cobrados dos devedores, mas
também das taxas pagas para
captar recursos no mercado.
Um dos efeitos da crise sobre
o sistema financeiro foi justamente o aumento dos custos de
captação, já que, diante das incertezas do mercado, muitos
investidores passaram a ficar
mais cautelosos na aplicação de
seu dinheiro.
Isso significa que, para depositar dinheiro numa instituição
financeira em um momento de
turbulência, esses investidores
passaram a pedir juros mais
elevados, aumentando os custos dos bancos. No primeiro semestre deste ano, os gastos
com captações no mercado feitas pelos bancos chegaram a
R$ 81,8 bilhões, um aumento de
28% em relação aos primeiros
seis meses de 2008.
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