São Paulo, sexta-feira, 18 de setembro de 2009

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@grupofolha.com.br

NÃO VAI BEM
A relação entre indústria e pecuaristas não vai bem. Não são só os preços que preocupam, mas a previsibilidade da atividade, o que torna difícil qualquer planejamento. A manifestação foi feita pelo presidente da Assocon, Ricardo Merola, em evento da entidade em Goiânia, na quarta-feira.

ORGANIZAR-SE MAIS
Presente ao evento, José Batista Júnior, da JBS -empresa que acabava de anunciar a fusão com o Bertin-, aconselhou os pecuaristas a se organizar mais para conseguir melhores margens de preços. "O mundo age assim hoje em dia", disse ele em entrevista.

BERTIN NA GESTÃO
Júnior, que participava da Interconf (encontro de pecuaristas), afirmou que a nova empresa formada por JBS e Bertin terá um dos três irmãos desta última no conselho. Os outros dois ficarão no operacional.

QUESTÃO DE RESULTADOS
Todas as atividades nas quais o Bertin tem atuação hoje vão ser mantidas, desde que deem resultados. Em dois anos, Júnior acha que a holding já terá uma resposta de como fica o grupo. "Hoje, só trabalhamos por resultados", afirma ele.

DÍVIDAS
O montante de dívidas de curto, médio e longo prazos do Bertin estão próximos de R$ 4 bilhões, segundo Júnior.

PORTA A PORTA
A JBS desenvolve projeto para vender carne porta a porta. O produto será entregue por vans às donas-de-casa, que terão financiamento do banco JBS. Com o financiamento, o pagamento poderá ser mensal.

"SEI LÁ"
Bem-humorado, e tratando os expressivos números do grupo com desenvoltura, na hora de informar o total de abates de frangos Júnior disse que seriam 20 bilhões de aves por ano. Após pausa, disse: "Sei lá, são tantos números". Mas os bilhões dele estavam corretos.

POR QUE DEU CERTO
O crescimento da JBS se deve a uma somatória de decisões administrativas tomadas nos últimos anos. "Essas decisões hoje fazem efeito." Entre elas estão planejamento, disciplina e simplicidade, afirma Júnior.

POR QUE DEU ERRADO
Na avaliação de Júnior, as dificuldades atuais de muitos frigoríficos ocorrem porque são empresas familiares, não têm bom planejamento, entram ou saem de negócios em hora errada ou "querem ganhar tudo em um ano".

DESMATAMENTO
Indagado sobre o que a JBS poderia fazer na preservação ambiental na região Norte, Júnior disse que a empresa não tem frigoríficos por lá. Ao lado, representante do Bertin corrigiu. "Agora tem. São quatro unidades."

PILGRIM'S
Só em corte de custos, a JBS espera obter US$ 200 milhões por ano. A empresa está em recuperação judicial e "há ralos vazando por todos os lados", disse o executivo da JBS, referindo-se aos excessivos gastos da norte-americana.

CONVITE ANTERIOR
A Pilgrim's já havia convidado a JBS a comprá-la antes de entrar em recuperação judicial. A brasileira preferiu esperar.


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