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ENERGIA
Estatal obtém desconto de US$ 100 mi para levar 58,6% de empresa argentina
Petrobras paga menos pela Pecom
JOÃO SANDRINI
DE BUENOS AIRES
A Petrobras conseguiu reduzir
em quase US$ 100 milhões o preço para a compra de 58,6% das
ações da Pecom Energia, a segunda maior empresa do setor petrolífero da Argentina.
Ao assinar o acordo de compra
preliminar, em julho, a Petrobras
previa pagar US$ 1,125 bilhão pelo
controle da Pecom. No entanto, o
valor foi reduzido para US$ 1,027
bilhão, segundo o contrato definitivo firmado ontem.
O presidente da Petrobras,
Francisco Gros, disse que o desconto obtido não reflete a alta do
dólar no Brasil -que encareceu o
negócio-, mas os resultados da
auditoria "mais profunda" realizada nos últimos três meses para
avaliar o valor da Pecom.
Do preço total, a Petrobras já
pagou US$ 689 milhões em dinheiro à família Pérez Companc,
que detinha as ações. Os outros
US$ 338 milhões correspondem a
bônus entregues à família que
vencem em outubro de 2007.
A Petrobras ainda vai precisar
obter autorização dos órgãos argentinos de defesa da concorrência para concluir definitivamente
a aquisição. Normalmente, esses
processos são analisados no país
vizinho em até 45 dias, que podem ser prolongados por mais 45
dias sempre que houver a necessidade de fornecer novas informações para avançar na análise.
Segundo Gros, a compra da Pecom deve ser aprovada "em breve" porque, "juntas, as duas empresas não dominam nenhum
dos mercados de atuação".
Ele afirmou, no entanto, que o
contrato assinado ontem prevê
que o negócio será automaticamente desfeito se a aprovação não
sair nos próximos 12 meses ou se
os órgãos de defesa da concorrência obrigarem a Petrobras a revender "grande parte dos ativos".
"Não é o momento de vender
ativos na Argentina, mas de comprá-los. Só concordamos em abrir
mão de ativos marginais, e, para
isso, já há um valor estabelecido
para cada ativo que seja devolvido", explicou.
Sem fusão
A Petrobras não vai promover a
fusão da Pecom com outras empresas que possui na Argentina,
como a Petroleira Santa Fé e a rede de postos EG3. Com isso, a empresa brasileira não será obrigada
a administrar diretamente as dívidas de US$ 2 bilhões da Pecom,
que foram renegociadas nos últimos meses e têm agora um prazo
médio de vencimento de quatro
anos e cinco meses.
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