São Paulo, sábado, 18 de outubro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Nossa Caixa vai financiar vencedor de leilão de estradas

DENYSE GODOY
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Diante das dificuldades que as empresas estão tendo em captar recursos para projetos, a Nossa Caixa anunciou ontem a abertura de uma linha de crédito para os vencedores da licitação de rodovias paulistas, que será realizada no próximo dia 29. Assim, o governo de São Paulo tenta evitar que as conseqüências da crise financeira internacional, a qual está deixando o crédito mais caro e escasso, atrapalhe o leilão. "É importante sinalizar para as empresas que elas podem contar com a Nossa Caixa se vencerem o processo licitatório", diz Milton Luiz de Melo Santos, presidente do banco.
Serão oferecidos no leilão os seguintes trechos, em um total de 1.715 quilômetros: Raposo Tavares, Ayrton Senna-Carvalho Pinto, Marechal Rondon leste e oeste, e D. Pedro I. Cada empresa ou grupo que ganhar uma concessão tem que pagar 20% do valor da outorga à vista, o que corresponde a R$ 759 milhões, e é dirigido para esse montante o crédito da Nossa Caixa. O prazo de pagamento é de 18 meses com juros que variam de CDI (taxa de depósito interbancário) mais 4% ao ano até mais 7% ao ano. "É uma boa oportunidade de negócio para o banco", completa Santos.
Essa ajuda pode não ser suficiente para garantir o sucesso da licitação, entretanto. "Trata-se de uma medida positiva, mas não resolve", ressalta Ricardo Carvalho, diretor sênior de empresas da Fitch Ratings. "A maior parte do financiamento para esse tipo de projeto vem do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], que deve continuar sendo orientado a apoiá-los. Outras linhas de crédito, porém, vão custar mais, o que deve fazer com que as companhias redefinam suas estratégias para o leilão."
Isso deve significar pedágios mais caros: com condições de financiamento inóspitas, as empresas tendem a reduzir o deságio da tarifa (desconto em relação ao preço-teto estabelecido pelo outorgante) que faz parte da sua proposta.
"Não achamos que esta situação vá criar algum problema para a participação de empresas, já que o banco está apoiando. Nem acreditamos que haverá tarifa muito elevada para o usuário", afirma Mauro Arce, secretário dos Transportes de São Paulo.


Texto Anterior: Caixa estuda criar linhas para manter crédito a construtoras
Próximo Texto: BNDES negocia empréstimo de US$ 1 bi com Bird
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.