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Nossa Caixa vai financiar vencedor de leilão de estradas
DENYSE GODOY
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
Diante das dificuldades que
as empresas estão tendo em
captar recursos para projetos, a
Nossa Caixa anunciou ontem a
abertura de uma linha de crédito para os vencedores da licitação de rodovias paulistas, que
será realizada no próximo dia
29. Assim, o governo de São
Paulo tenta evitar que as conseqüências da crise financeira internacional, a qual está deixando o crédito mais caro e escasso, atrapalhe o leilão. "É importante sinalizar para as empresas que elas podem contar com
a Nossa Caixa se vencerem o
processo licitatório", diz Milton Luiz de Melo Santos, presidente do banco.
Serão oferecidos no leilão os
seguintes trechos, em um total
de 1.715 quilômetros: Raposo
Tavares, Ayrton Senna-Carvalho Pinto, Marechal Rondon
leste e oeste, e D. Pedro I. Cada
empresa ou grupo que ganhar
uma concessão tem que pagar
20% do valor da outorga à vista,
o que corresponde a R$ 759 milhões, e é dirigido para esse
montante o crédito da Nossa
Caixa. O prazo de pagamento é
de 18 meses com juros que variam de CDI (taxa de depósito
interbancário) mais 4% ao ano
até mais 7% ao ano. "É uma boa
oportunidade de negócio para o
banco", completa Santos.
Essa ajuda pode não ser suficiente para garantir o sucesso
da licitação, entretanto. "Trata-se de uma medida positiva, mas
não resolve", ressalta Ricardo
Carvalho, diretor sênior de empresas da Fitch Ratings. "A
maior parte do financiamento
para esse tipo de projeto vem
do BNDES [Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social], que deve continuar
sendo orientado a apoiá-los.
Outras linhas de crédito, porém, vão custar mais, o que deve fazer com que as companhias redefinam suas estratégias para o leilão."
Isso deve significar pedágios
mais caros: com condições de
financiamento inóspitas, as
empresas tendem a reduzir o
deságio da tarifa (desconto em
relação ao preço-teto estabelecido pelo outorgante) que faz
parte da sua proposta.
"Não achamos que esta situação vá criar algum problema
para a participação de empresas, já que o banco está apoiando. Nem acreditamos que haverá tarifa muito elevada para o
usuário", afirma Mauro Arce,
secretário dos Transportes de
São Paulo.
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