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Governo quer acelerar licença ambiental
Projeto com esse fim será enviado ao Congresso, e as contestadas usinas do rio Madeira devem ser licitadas em 2007
Após reunião de mais de 6 horas de Lula e ministros, é anunciada a contratação de mais 300 funcionários já concursados para o Ibama
HUMBERTO MEDINA
PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após reunião de mais de seis
horas entre o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e os ministros da Casa Civil, de Minas e
Energia, dos Transportes e representantes do Meio Ambiente e da Justiça, o governo resolveu enviar ao Congresso projeto para agilizar o processo de licenciamento ambiental e informou que as usinas hidrelétricas do rio Madeira (RO) serão licitadas até o fim do primeiro trimestre de 2007.
O projeto das usinas é criticado por cientistas e até mesmo
pela Bolívia.
Na reunião, foram listadas
120 obras, sendo 100 na área de
energia (hidrelétricas, termelétricas, gasodutos e refinarias) e
20 na de transportes (obras em
estradas, ferrovias, portos e hidrovias). Todas essas obras devem estar concluídas até 2010.
As usinas do Madeira -Jirau
(3.150 MW, megawatts) e Santo
Antônio (3.300 MW)- são importantes para garantir o abastecimento de energia a partir
de março de 2012. O licenciamento ambiental dessas usinas
deve sair até o final do ano. "Temos um caminho crítico e estamos com prazos apertados",
disse o ministro Silas Rondeau
(Minas e Energia). Segundo ele,
depois das usinas do Madeira, a
prioridade é a usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.
Rondeau afirmou que foi discutida a possibilidade de criar
uma reserva estratégica de geração de energia na Amazônia.
O objetivo seria evitar que
áreas com potencial para construção de usinas sejam incluídas em áreas de reserva indígena ou ambiental.
Para reduzir o impacto dos
entraves ambientais nas obras
de infra-estrutura, o governo
decidiu enviar, ainda neste ano,
projeto de lei ao Congresso para regulamentar o artigo 23 da
Constituição Federal, que trata
das competências no processo
de licenciamento. A conclusão
do governo é que a maior parte
dos impasses está relacionada a
ações na Justiça que questionam a legitimidade do órgão
que fez o licenciamento.
Pelo projeto que o governo
pretende enviar ao Congresso,
o critério para definir de quem
é o órgão competente para fazer o licenciamento deixará de
ser a localização geográfica do
empreendimento, mas o tamanho do impacto ambiental.
Empreendimentos com grande
impacto ambiental passariam a
ser licenciados pelo Ibama, órgão do governo federal.
Outra medida objetiva anunciada após a reunião foi a contratação de 300 funcionários já
concursados pelo Ibama, que
vão trabalhar na área de licenciamento ambiental. O objetivo
de aumentar o contingente de
funcionários é dar mais agilidade aos processos de liberação.
Silas Rondeau disse que foi
discutida na reunião a questão
da construção da usina nuclear
de Angra 3. Ele traçou um cenário favorável à construção da
usina nuclear (preços compatíveis com os de mercado para
energia gerada, o fato de os
equipamentos já terem sido
comprados e de já haver local
definido para a obra), mas ressaltou que não há decisão tomada. "Foi colocada a necessidade de discutir a questão", disse o ministro.
No plano estratégico do governo para a área de energia
(Plano Decenal), a usina nuclear de Angra 3 aparece como
ficando pronta em dezembro
de 2012, podendo gerar 1.309
MW (megawatts).
Entre as demais obras de hidrelétricas listadas como estando com os problemas ambientais resolvidos ou próximos de resolução, foram listadas Foz do Chapecó (855 MW)
e Estreito (1.087 MW).
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