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Citigroup anuncia corte de 52 mil vagas
Metade das reduções já foi feita com venda de unidades; banco perdeu mais de US$ 20 bilhões desde o 4º tri de 2007
No Brasil, Citi afirma que
vai "administrar com cuidado" o atual quadro de funcionários para adequá-lo à "realidade de mercado"
DA REDAÇÃO
Com perdas de mais de US$
20 bilhões desde o final do ano
passado e suas ações em contínua desvalorização, o Citigroup
pretende cortar cerca de 52 mil
postos de trabalho em todo o
mundo e reduzir em 20% as
suas despesas.
Cerca da metade desses cortes já foi realizada nos últimos
meses com a venda de algumas
unidades do grupo, como na Índia (com 18 mil empregados) e
na Alemanha (com 5.000 funcionários). A outra metade, no
entanto, deve ocorrer por meio
de demissões. O Citigroup, o segundo maior banco americano
em valor de ativos, contava com
352 mil empregados no final de
setembro e já tinha demitido
23 mil neste ano.
A nova redução -a maior de
uma empresa americana desde
1993, segundo a consultoria
Challenger, Gray & Christmas- é mais um sinal da crise
que vive o setor financeiro e expõe as dificuldades vividas pelo
Citigroup. Ele não conseguiu
aproveitar oportunidades que
surgiram com a crise e se expandir como os rivais JPMorgan Chase e Bank of America, já
perdeu mais de US$ 20 bilhões
desde o fim de 2007 e suas
ações se desvalorizaram em
69,8% neste ano -valem menos de US$ 10 pela primeira vez
em 12 anos (ele tinha o quarto
maior valor de mercado no
mundo no fim de 2006).
Ontem, elas estavam cotadas
a US$ 8,89, com queda de
6,62%. O recuo ajudou para o
dia negativo na Bolsa de Nova
York. O índice Dow Jones caiu
2,63%, com a Alcoa e os bancos
registrando as maiores quedas.
Já o S&P 500 recuou 2,58%.
"Essa [as demissões] é provavelmente a parte mais difícil do
meu trabalho aqui. Não estamos fazendo isso porque queremos, mas porque temos que
fazer", afirmou o presidente-executivo Vikram Pandit em
encontro fechado com funcionários do banco. O executivo,
que assumiu o posto no fim de
2007, também disse que o banco pretende diminuir em 20%
os gastos no ano que vem, para
cerca de US$ 52 bilhões.
No Brasil, o Citigroup afirmou que vai "administrar com
cuidado" o atual quadro de funcionários para adequá-lo à nova
"realidade de mercado". O banco emprega 6.184 funcionários
em 127 agências no país. O banco disse em nota não saber ainda como a programa global de
demissões afetará o Brasil.
"Trata-se de um esforço global.
Não há dados precisos referentes ao Brasil, pois trata-se mais
de um trabalho em andamento
do que um fato consumado."
As demissões, porém, não
são exclusividade do Citigroup.
Calcula-se que as empresas de
Wall Street tenham cortado
mais de 150 mil vagas em todo o
mundo. E, apesar de não haver
números precisos, a maior parte do impacto deve ter ocorrido
na região metropolitana de Nova York, onde, no final de junho, cerca de 579 mil trabalhavam na área de finanças. A
Moody's Economy.com calcula
que 70 mil pessoas perderão
seus empregos no setor em Nova York até meados de 2010.
Segundo dados do governo, o
setor financeiro perdeu 96 mil
vagas no ano -40 mil apenas
entre setembro e outubro.
Colaborou a Reportagem Local
Com o "Financial Times" e o "New York Times"
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