São Paulo, terça-feira, 18 de novembro de 2008

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Recessão ainda irá se agravar no Japão, diz governo

RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM

Depois de entrar oficialmente em recessão, a economia japonesa deve encolher ainda mais nos próximos meses, segundo o próprio ministro da Economia.
"Estamos em uma fase recessiva. Como a situação global deve desacelerar por um bom tempo, outras quedas são esperadas", afirmou ontem o ministro Kaoru Yosano.
O PIB japonês caiu 0,4% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, depois de queda de 3,7% no segundo trimestre. O estado de recessão é confirmado por contração em dois trimestres seguidos. A zona do euro, composta por 15 países, já está, segundo a média de suas economias, em recessão.
Em julho, o Banco Central japonês estimava que o PIB cresceria 1,6% no ano, mas já refez a estimativa para apenas 0,1%.
O pessimismo é justificado pelo declínio no consumo da União Européia e dos Estados Unidos, principais consumidores dos automóveis e eletrônicos japoneses. Algumas das maiores empresas do país reforçam que o pior ainda virá.
A Toyota cortou sua estimativa de lucros do ano para US$ 5,5 bilhões, um terço do total de 2007. A Sony divulgou que seus lucros no trimestre de julho a setembro caíram 72% em relação a 2007.
O iene se valorizou 9,5% desde o final de setembro, pela crença de muitos investidores de que as turbulências da economia americana deixarão o dólar em situação mais vulnerável. Com o iene valorizado, produtos japoneses perdem competitividade no exterior.
O investimento privado, um dos motores da recuperação da economia japonesa desde 2002, caiu 1,7% no trimestre.
"Estamos vendo uma recessão severa, similar à que tivemos durante a crise financeira asiática de 1997 e 1998, similar também à recessão americana", escreveu em um relatório o economista do JP Morgan em Tóquio Masamichi Adachi.
Apesar do PIB estagnado por mais de uma década, esta é a primeira recessão real no país desde o ano de 2001.


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