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Após BrT, Sky pode ser próximo alvo da Oi
Executivos das empresas já conversaram, mas negócio não prosseguiu porque a Oi achou alto o preço pedido, de US$ 5 bi
Acionista minoritária da
Sky Brasil, com 26% das ações, Globo diz que venda
é apenas uma questão de
tempo e de oportunidade
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
Depois da Brasil Telecom, a
Sky pode ser o próximo alvo de
compra da Oi/Telemar. Embora a Sky negue a existência de
qualquer negociação de venda,
a Folha apurou que, para as
Organizações Globo, sua acionista, a venda é apenas questão
de preço e de oportunidade.
No início deste ano, o presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, chegou a se reunir, em Nova
York, com Bruce Churchill,
presidente da DirecTV Latin
America, divisão da DirecTV
Group, que tem o controle
acionário da Sky Brasil.
Várias opções de negócio foram aventadas, mas as negociações não prosseguiram, aparentemente, porque a Oi achou
muito salgado o preço que lhe
foi apresentado: US$ 5 bilhões.
Um acionista da Oi/Telemar
afirmou à Folha que a Sky, a
preço justo, interessaria muito
à Oi, mas que o preço apresentado foi tão alto que ele tem dúvida sobre se a Sky Brasil, de fato, está à venda.
A Globo é acionista minoritária da Sky Brasil, com 26%
das ações, mas o sócio controlador norte-americano só pode
vender a operação de TV paga
no Brasil com a concordância
da família Marinho. Pelo acordo existente entre os acionistas, a Globo pode vetar o nome
de um comprador.
Segundo um alto executivo
das Organizações Globo, o grupo não considera relevante
continuar sócio da Sky, mas
também não há razão -nem financeira nem de caráter regulatório - para precipitar a venda da empresa.
Depois que as negociações
sobre a Sky esfriaram, a Oi decidiu criar uma operação própria de TV por assinatura com
transmissão por satélite, a
exemplo do que fez a Telefônica. Em setembro, a empresa
pagou R$ 470 mil por uma licença de DTH (sigla do serviço
de TV paga com transmissão
direta de satélite) da Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações) e anunciou que
vai inaugurar seu serviço de TV
por satélite no início do ano
que vem.
Na avaliação da Globo, a iniciativa não extinguiria o interesse da Oi pela Sky, por causa
de sua base de 1,7 milhão de
clientes.
As teles estão numa corrida
para oferecer telefonia, acesso
à internet e TV por assinatura
em um mesmo pacote, em reação à Net, que oferece esses
serviços e se tornou a segunda
empresa em assinantes de banda larga do país.
Segundo dados do site Teleco, especializado em telecomunicações, o país tem 6,1 milhões de assinantes de TV paga,
dos quais 2,06 milhões recebem os sinais por satélite. Por
esses números, a Sky tem 28%
do total de assinantes de TV
paga no país.
Mudança de foco
A Globo diz que seu foco
atual é a produção de conteúdo
e que nenhum ativo de distribuição de conteúdo para TV paga é considerado estratégico
pelo grupo. É uma mudança radical, comparando-se com a
política de verticalização que
predominou no grupo nos anos
90, quando a Globo se tornou
acionista controladora da Net
-um conglomerado de operações de TV a cabo- e da Sky.
A Sky foi constituída há 12
anos numa associação entre a
família Marinho e a News Corporation, do magnata mundial
das comunicações Rupert Murdoch. A Globo (com o grupo
gaúcho RBS) tinha 60% das
ações. Ao longo dos anos, essa
participação foi diminuindo.
Em 2002, a Globo deixou de
ser acionista controladora. O
grupo enfrentava uma crise financeira, por causa do endividamento externo da Net. Ao
deixar o controle da Sky, a Globo livrou-se da responsabilidade de garantir a compra de satélites e de acompanhar a News
nos investimentos na Sky.
A News comprou a DirecTV,
nos Estados Unidos, em novembro de 2003. Com exceção
do Brasil e do México, os clientes da Sky migraram para a DirecTV. No Brasil e no México, a
marca Sky é que sobreviveu.
Em 2006, o grupo Liberty,
presidido por John Malone, ficou com a participação da
News na DirecTV. Na avaliação
de executivos ouvidos pela Folha, Malone não tem projeto de
longo prazo para a DirecTV, assim como a Globo não tem projeto de longo prazo para a Sky.
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