São Paulo, terça-feira, 18 de novembro de 2008

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Gol prevê crescer 6% em 2009, mesmo com crise

Ganhos virão de sinergias e alta do dólar, que deve incentivar o turismo interno, diz empresa

Companhia, que registrou prejuízo no 3º tri, afirma que preço do bilhete deverá continuar em alta, mesmo com a queda do petróleo

DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo depois de divulgar prejuízo contábil de R$ 474 milhões no trimestre e de ver o número de passageiros no setor cair em outubro, a Gol mantém previsões de crescimento otimistas. Segundo Constantino de Oliveira Junior, presidente da Gol, a companhia aérea espera crescer 6%, mantido o cenário econômico atual.
As perdas, para ele, não são uma grande preocupação, uma vez que o prejuízo contábil não tem impacto no caixa. Ele foi causado, principalmente, pela alta da dólar sobre a dívida da empresa com leasing de aviões.
Os motivos para a previsão de crescimento estão nos ganhos obtidos com a fusão das operações com a Varig, que começou a acontecer em 19 de outubro. Além disso, há a possibilidade de a alta do dólar aumentar as vendas da companhia.
"A variação cambial pode mudar hábitos dos clientes", afirma Constantino. "Quem planejava viajar para o exterior pode começar a viajar no mercado doméstico."
Depois da aquisição da Varig, a Gol interrompeu as rotas internacionais e procurou se concentrar nos mercados brasileiro e latino-americano. Parte da alta de custos do trimestre referiu-se a fechamento de operações internacionais da Varig.
Segundo Constantino, a Gol tem estudado entrar em novas rotas e oferecido mais vôos diretos em território nacional. "A partir do lançamento da nova malha, estamos vendo melhoras na taxa de ocupação de nossas aeronaves", diz Anna Cecília Bettencourt, diretora de relações com investidores da Gol.
A empresa espera economizar R$ 180 milhões com a unificação das operações. Segundo Constantino, a fusão tem permitido à companhia oferecer serviços mais atraentes, como refeições de melhor qualidade e o uso do programa de milhagem Smiles pelos clientes Gol.
A companhia espera ainda que os preços das passagens continuem maiores, mesmo com a queda no combustível.
"A recuperação do yield [preço pago por passageiro por quilômetro voado] deve voltar a patamares de 2005 e 2006", diz ele, para quem a empresa continuará a oferecer bilhetes que concorrem com ônibus.


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