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São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 2003

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Anbid não crê em fuga da renda fixa

DA REPORTAGEM LOCAL

A queda de um ponto percentual da taxa básica de juros ainda não é suficiente para levar os investidores de fundos a migrar da renda fixa no próximo ano, para aplicações de maior risco como a Bolsa ou fundos de ações. A opinião é do presidente da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento), Alfredo Setúbal
Com o corte da Selic, o juro real, calculado com base na inflação projetada para os próximos 12 meses, deverá situar-se em 10% ao ano. "Ainda é uma taxa generosa. Podemos encerrar 2004 com um juro real de 8%, e a grande massa dos investidores vai continuar na renda fixa", diz Setúbal.
Neste ano, os investidores que haviam deixado os fundos de investimento em direção à caderneta de poupança e aos CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) em 2002 começaram a fazer o caminho de volta.
Naquele ano, a mudança na forma de contabilizar os papéis das carteiras dos fundos, determinada pelo Banco Central em maio, assustaram os investidores e provocaram a saída de R$ 63,8 bilhões dessas aplicações.
Por determinação do BC, o valor dos papéis que lastreiam os fundos passaram a ser contabilizados pelo seu valor diário -a chamada marcação a mercado. Como os títulos públicos se desvalorizaram, os fundos DI, principalmente, tiveram perdas.
Neste ano, até novembro, R$ 53 bilhões haviam retornado aos fundos, e Setúbal diz que até o final do ano a captação líquida deverá superar os R$ 60 bilhões. No entanto, a retomada das aplicações em fundos neste ano deu-se mais com o retorno de empresas e investidores institucionais a este mercado. "A participação da pessoas físicas ficou praticamente estável", diz Marcelo Giufrida, diretor da Anbid.
Os investidores dos fundos administrados pelos bancos de varejo respondem hoje por 33,7% das aplicações totais. No ano passado o varejo detinha 33% de participação e em 2001, antes da crise da marcação a mercado, representava 26,6%. (SANDRA BALBI)


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