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OMC vai investigar EUA sobre subsídios agrícolas
Reclamação foi apresentada por Brasil e Canadá
Mario Villafuerte - 10.set.07/Bloomberg News
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Plantação de algodão no Estado da Louisiana, no sul dos EUA |
DA BLOOMBERG
A OMC (Organização Mundial do Comércio) aceitou investigar reclamações do Brasil
e do Canadá contra subsídios
concedidos pelos EUA a produtores de culturas como milho,
soja, algodão e arroz.
Para autoridades dos dois
países, a ajuda dos Estados Unidos é ilegal e prejudica agricultores de outros países, pois distorcem o comércio.
Os subsídios norte-americanos superaram o limite anual
de US$ 19,1 bilhões em todos os
anos de 1999 a 2005, com exceção de 2003, segundo reclamações apresentadas pelo Brasil e
pelo Canadá.
Em outubro, autoridades
americanas disseram que seus
subsídios agrícolas que mais
causavam distorções ao comércio ficaram dentro dos limites
impostos pela OMC e nunca
superaram a marca de US$ 13
bilhões de 2002 a 2005.
A OMC "formou um único
painel para examinar a reclamação do Canadá contra os
subsídios dos EUA, e contra outros subsídios internos concedidos para o milho e outros
produtos agrícolas, e para analisar a reclamação do Brasil
contra os apoios financeiros internos e as garantias de crédito
para a exportação concedidas a
produtos agrícolas", informou
o órgão de arbitragem em e-mail divulgado ontem.
O organismo vai apontar um
painel de especialistas para
examinar a disputa e apresentar um relatório em seis meses.
Ainda cabe apelação para o veredicto desse painel. O Brasil
apresentou a reclamação na
OMC em julho.
Os juízes da OMC geralmente levam um ano ou mais para
tomar uma decisão a respeito
de reclamações.
Os subsídios agrícolas concedidos por governos ricos a seus
produtores são um dos pontos
mais difíceis das negociações
da Rodada Doha, que buscam
gerar um acordo mundial para
a redução das barreiras comerciais. O Brasil e o Canadá argumentam que, segundo as normas da OMC, alguns subsídios
diretos concedidos aos agricultores norte-americanos não
podem ser considerados como
pagamentos não causadores de
distorções, como os subsídios
alimentícios concedidos a países pobres, além de programas
de pesquisa e conservação.
Na semana passada, o Senado dos Estados Unidos aprovou
um projeto de lei para a área
agrícola no valor de US$ 286 bilhões. O texto rejeita os limites
para subsídios a agricultores
que desempenhem suas atividades em tempo integral.
A legislação, ao lado de um
pacote que a Câmara dos Representantes (deputados) americana aprovou em julho, não
reduziu significativamente os
programas de subsídios, que, de
acordo com a OMC, dão aos
produtores agrícolas dos Estados Unidos uma vantagem injusta em relação aos agricultores dos países mais pobres.
O presidente George W.
Bush já ameaçou vetar a lei,
afirmando que ela é muito cara
e deveria cortar subsídios.
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