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Câmara aprova projeto que reestrutura o Cade
Objetivo é tornar mais seletiva a análise de fusões
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A toque de caixa, a Câmara
dos Deputados aprovou ontem
no final da noite, em votação
simbólica (ou seja, sem necessidade de votação no plenário
da Casa), projeto de lei que
reestrutura o Cade (Conselho
Administrativo de Defesa Econômica).
O principal objetivo da proposta é tornar mais seletiva a
análise de fusões e aquisições
de empresas e mais rigoroso o
combate a cartéis, evitando
abusos econômicos. O texto segue para votação no Senado.
Pelo projeto, o Cade terá de
analisar antes do fechamento
do negócio atos de concentração de empresas. Atualmente, a
validade do negócio só é analisada depois que ele já foi concluído. O substitutivo reestrutura ainda os órgãos encarregados de analisar casos sobre a
concorrência e estipula penas e
multas para quem desrespeitar
as regras do Cade.
O relator da proposta, deputado Ciro Gomes (PSB-CE),
propôs algumas mudanças no
texto original, que tramita na
Casa desde 2004. Ele estabelece, por exemplo, que os procedimentos administrativos paralisados por mais de três anos,
pendentes de julgamento ou
despacho, incidirão também na
prescrição. O projeto possibilita também fazer compromisso
de cessação de práticas com
cartéis, desde que haja o recolhimento de um valor pecuniário ao fundo de Defesa de Direitos Difusos.
No que diz respeito à prescrição, as ações punitivas da administração pública federal, direta e indireta, para apurar infrações da ordem econômica prescrevem em cinco anos. O texto
também cria 65 cargos comissionados.
O projeto entrou em votação
extra-pauta, ou seja, não estava
prevista para a votação no começo do dia. O texto é apontado como prioridade pelo governo para melhorar o sistema de
defesa da concorrência.
A proposta original do governo previa a unificação das atividades hoje desenvolvidas nas
secretaria de Direito Econômico, vinculada ao Ministério da
Justiça, e de Acompanhamento
Econômico, ligada ao Ministério da Fazenda.
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