São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

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OGX cobra rapidez do governo na definição de novas regras

CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

O vice-presidente do conselho de administração da OGX, Francisco Gros, cobrou ontem maior rapidez do governo na definição do novo marco regulatório para o setor de petróleo e gás. Para ele, as novas regras devem ser atraentes para o investidor e não poderão beneficiar somente a Petrobras.
"O Brasil é maior do que a Petrobras, é maior que uma única empresa. Temos a faca e o queijo nas mãos, só depende de nós", afirmou Gros, que participou de seminário da Standard & Poor's, no Rio, que debate os rumos da economia em 2009.
Gros, que já presidiu a Petrobras, destacou que o governo deve dar total atenção ao setor de petróleo e gás, visando o futuro do país. Segundo ele, o desenvolvimento das reservas é uma "excelente oportunidade" para o Brasil "tirar o pé da lama de uma vez por todas. Vamos mudar de Irajá para Ipanema", disse Gros (Irajá é um bairro do subúrbio carioca de classe média-baixa, enquanto Ipanema é um dos redutos das classes média-alta e alta da cidade).
Gros acrescentou que a questão do preço do barril de petróleo não é fator preponderante para que se façam investimentos no setor -o preço já caiu cerca de 70% desde o pico de US$ 147 em julho.
Ele lembrou que a visão do setor é de longo prazo, citando que é necessária a entrada constante de novos campos em operação. Caso isso não acontecesse, a produção mundial cairia 7% ao ano, diz Gros.
Gros não revelou se a companhia vai fazer ofertas pelos blocos que serão leiloados. "Ainda estamos avaliando. Os campos em terra não são os mais atraentes, mas estamos estudando", concluiu.

Primeira classe
O Brasil está viajando de primeira classe em meio à crise financeira, disse Gros. "Estamos bem posicionados diante da crise. O Brasil viaja de primeira classe. O problema é que, talvez, seja no Titanic", afirmou Gros, ressaltando que o mundo todo está no mesmo barco.
Ele evitou fazer previsões no curto prazo, por avaliar que o mundo está em meio a um nevoeiro. Para Gros, ainda não é possível enxergar o futuro com clareza. Mesmo assim, observou confiar muito na capacidade que considera que os Estados Unidos têm para sair de crises.
Outro ex-presidente do Banco Central, Carlos Langoni, afirmou que o Brasil tem condições de se recuperar mais rapidamente dos efeitos da crise do que outros países. O economista da FGV (Fundação Getulio Vargas) elogiou a prudência do Banco Central em relação à manutenção da taxa de juros (Selic) em 13,75% ao ano.
"O Banco Central foi prudente em não baixar os juros. Tem que se avaliar com mais calma, há um impacto muito forte da maxivalorização cambial."


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