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OGX cobra rapidez do governo na definição de novas regras
CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
O vice-presidente do conselho de administração da OGX,
Francisco Gros, cobrou ontem
maior rapidez do governo na
definição do novo marco regulatório para o setor de petróleo
e gás. Para ele, as novas regras
devem ser atraentes para o investidor e não poderão beneficiar somente a Petrobras.
"O Brasil é maior do que a Petrobras, é maior que uma única
empresa. Temos a faca e o queijo nas mãos, só depende de
nós", afirmou Gros, que participou de seminário da Standard
& Poor's, no Rio, que debate os
rumos da economia em 2009.
Gros, que já presidiu a Petrobras, destacou que o governo
deve dar total atenção ao setor
de petróleo e gás, visando o futuro do país. Segundo ele, o desenvolvimento das reservas é
uma "excelente oportunidade"
para o Brasil "tirar o pé da lama
de uma vez por todas. Vamos
mudar de Irajá para Ipanema",
disse Gros (Irajá é um bairro do
subúrbio carioca de classe média-baixa, enquanto Ipanema é
um dos redutos das classes média-alta e alta da cidade).
Gros acrescentou que a questão do preço do barril de petróleo não é fator preponderante
para que se façam investimentos no setor -o preço já caiu
cerca de 70% desde o pico de
US$ 147 em julho.
Ele lembrou que a visão do
setor é de longo prazo, citando
que é necessária a entrada
constante de novos campos em
operação. Caso isso não acontecesse, a produção mundial
cairia 7% ao ano, diz Gros.
Gros não revelou se a companhia vai fazer ofertas pelos blocos que serão leiloados. "Ainda
estamos avaliando. Os campos
em terra não são os mais
atraentes, mas estamos estudando", concluiu.
Primeira classe
O Brasil está viajando de primeira classe em meio à crise financeira, disse Gros. "Estamos
bem posicionados diante da
crise. O Brasil viaja de primeira
classe. O problema é que, talvez, seja no Titanic", afirmou
Gros, ressaltando que o mundo
todo está no mesmo barco.
Ele evitou fazer previsões no
curto prazo, por avaliar que o
mundo está em meio a um nevoeiro. Para Gros, ainda não é
possível enxergar o futuro com
clareza. Mesmo assim, observou confiar muito na capacidade que considera que os Estados Unidos têm para sair de crises.
Outro ex-presidente do Banco Central, Carlos Langoni,
afirmou que o Brasil tem condições de se recuperar mais rapidamente dos efeitos da crise do
que outros países. O economista da FGV (Fundação Getulio
Vargas) elogiou a prudência do
Banco Central em relação à
manutenção da taxa de juros
(Selic) em 13,75% ao ano.
"O Banco Central foi prudente em não baixar os juros. Tem
que se avaliar com mais calma,
há um impacto muito forte da
maxivalorização cambial."
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