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Fusões vão se acelerar em 2010, apontam pesquisas
Tendência é de consolidação de empresas no país e de internacionalização
De acordo com estudos
realizados por KPMG e Price,
companhias estrangeiras
também devem avançar na
compra de empresas locais
VERENA FORNETTI
DA REDAÇÃO
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
Após a crise, as operações de
fusão e aquisição de empresas
se aceleraram no segundo semestre deste ano, de acordo
com estudos das consultorias
PricewaterhouseCoopers e
KPMG. Em 2010, para os especialistas, esse movimento deve
crescer ainda mais, por meio de
dois grandes processos que
permitirão às companhias ganhar musculatura.
O primeiro é o de extensão
dos negócios pelos Estados do
país. O movimento de compras
de empresas deve ter como alvo
aquelas que são fortes regionalmente, como as do Nordeste.
O outro é o de internacionalização das companhias brasileiras, com compras no exterior, a
exemplo do Banco do Brasil,
que estuda negócios na Argentina e nos EUA.
A KPMG observa que esse
movimento já começou no segundo semestre. Luís Motta,
sócio da consultoria, destaca
que há empresas bastante capitalizadas em alguns setores no
país, que, pelas características
da operação, devem se transformar em empresas globais.
Motta destaca outro movimento que ganha força: companhias brasileiras compram empresas estrangeiras para aproveitar melhor o potencial do
mercado interno.
Avanço dos estrangeiros
Segundo o relatório da consultoria PricewaterhouseCoopers, neste ano as empresas de
capital nacional foram as que
mais compraram outras companhias -64% das transações
de compra de participação. Alexandre Pierantoni, sócio da
Price, destaca que os estrangeiros recuperaram parte do espaço que haviam perdido durante
a crise internacional, e que a
tendência é que voltem a investir fortemente no Brasil.
Os fundos de "private equity"
[que compram fatias de empresas] devem estar entre os principais agentes nessa investida
do capital estrangeiro. Até dezembro deste ano, esse fundos
bateram o recorde nos negócios de fusões e aquisições no
Brasil, com 30% de participação nas operações anunciadas.
O relatório da KPMG é mais
moderado sobre o avanço dos
estrangeiros nas transações.
Segundo a consultoria, os compradores de fora do país ainda
estão cautelosos. "Até agora, as
empresas brasileiras foram o
motor das aquisições e tudo indica que isso continuará em
2010, apesar do avanço das estrangeiras", afirma Motta.
Mais setores envolvidos
Pierantoni observa que as
operações de fusões e aquisições também começaram a se
espalhar pela economia. De janeiro a dezembro, o segmento
financeiro liderou as operações, com 68 transações, seguido dos setores de alimentos
(63) e tecnologia da informação
(58). Graças à recuperação da
economia e ao crescimento no
número de negócios no segundo semestre, 2009 terminará
com apenas 2% menos operações que 2008, segundo o relatório da Price.
De acordo com a análise da
KPMG, porém, este ano terá
31% menos operações que o anterior. Pelos critérios da consultoria, os líderes do ano são
tecnologia da informação (53),
alimentos, bebidas e tabaco
(38), telecomunicações e mídia
(23) e bancos (22).
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