São Paulo, sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

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Fusões vão se acelerar em 2010, apontam pesquisas

Tendência é de consolidação de empresas no país e de internacionalização

De acordo com estudos realizados por KPMG e Price, companhias estrangeiras também devem avançar na compra de empresas locais

VERENA FORNETTI
DA REDAÇÃO

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

Após a crise, as operações de fusão e aquisição de empresas se aceleraram no segundo semestre deste ano, de acordo com estudos das consultorias PricewaterhouseCoopers e KPMG. Em 2010, para os especialistas, esse movimento deve crescer ainda mais, por meio de dois grandes processos que permitirão às companhias ganhar musculatura.
O primeiro é o de extensão dos negócios pelos Estados do país. O movimento de compras de empresas deve ter como alvo aquelas que são fortes regionalmente, como as do Nordeste.
O outro é o de internacionalização das companhias brasileiras, com compras no exterior, a exemplo do Banco do Brasil, que estuda negócios na Argentina e nos EUA.
A KPMG observa que esse movimento já começou no segundo semestre. Luís Motta, sócio da consultoria, destaca que há empresas bastante capitalizadas em alguns setores no país, que, pelas características da operação, devem se transformar em empresas globais.
Motta destaca outro movimento que ganha força: companhias brasileiras compram empresas estrangeiras para aproveitar melhor o potencial do mercado interno.

Avanço dos estrangeiros
Segundo o relatório da consultoria PricewaterhouseCoopers, neste ano as empresas de capital nacional foram as que mais compraram outras companhias -64% das transações de compra de participação. Alexandre Pierantoni, sócio da Price, destaca que os estrangeiros recuperaram parte do espaço que haviam perdido durante a crise internacional, e que a tendência é que voltem a investir fortemente no Brasil.
Os fundos de "private equity" [que compram fatias de empresas] devem estar entre os principais agentes nessa investida do capital estrangeiro. Até dezembro deste ano, esse fundos bateram o recorde nos negócios de fusões e aquisições no Brasil, com 30% de participação nas operações anunciadas.
O relatório da KPMG é mais moderado sobre o avanço dos estrangeiros nas transações. Segundo a consultoria, os compradores de fora do país ainda estão cautelosos. "Até agora, as empresas brasileiras foram o motor das aquisições e tudo indica que isso continuará em 2010, apesar do avanço das estrangeiras", afirma Motta.

Mais setores envolvidos
Pierantoni observa que as operações de fusões e aquisições também começaram a se espalhar pela economia. De janeiro a dezembro, o segmento financeiro liderou as operações, com 68 transações, seguido dos setores de alimentos (63) e tecnologia da informação (58). Graças à recuperação da economia e ao crescimento no número de negócios no segundo semestre, 2009 terminará com apenas 2% menos operações que 2008, segundo o relatório da Price.
De acordo com a análise da KPMG, porém, este ano terá 31% menos operações que o anterior. Pelos critérios da consultoria, os líderes do ano são tecnologia da informação (53), alimentos, bebidas e tabaco (38), telecomunicações e mídia (23) e bancos (22).


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