São Paulo, sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

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Indústria brasileira vai priorizar mercado interno, afirma CNI

74% das empresas brasileiras do setor priorizarão negócios no país em 2010

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O descompasso entre a recuperação da economia brasileira e a retomada do comércio internacional fez com a indústria deixasse de priorizar o mercado externo na elaboração dos novos planos de investimentos para 2010, o que pode retardar ainda mais a reentrada dos produtos nacionais em países que são clientes tradicionais do Brasil, mas perderam o fôlego de compras durante a crise.
De acordo com sondagem da CNI (Confederação Nacional da Indústria), os esforços de melhoria e ampliação da capacidade de 74,1% das indústrias brasileiras no próximo ano estarão voltados principalmente para o mercado interno, que tem sustentado o aumento das vendas do setor. Apenas 5,2% das empresas afirmaram que os investimentos terão como objetivo principal atender a demanda externa.
"Esse é um dado preocupante porque envolve a competitividade dos nossos produtos, e revela uma tendência da indústria que vem desde 2004, claramente acompanhando a valorização do real nesse período", afirmou o gerente de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca.
Segundo o economista, as empresas que deixarem de investir agora pensando nas exportações terão dificuldades em atender à demanda internacional no futuro e em oferecer mercadorias com a qualidade e a inovação exigidas para o retorno a grandes mercados.
"Nossa reação é limitada pela retração do comércio mundial, por causa do câmbio e, olhando para a frente, a diminuição desses investimentos. O esforço para ganharmos mercados até a metade desta década pode estar sendo solapado por essas condições", avaliou o gerente de Política Econômica da entidade, Flávio Castelo Branco.
Segundo a CNI, 85% das indústrias brasileiras investiram em 2009. Desse grupo, 46,3% conseguiram concluir as inversões previstas, percentual semelhante ao de anos anteriores, mas partindo de planos mais modestos de ampliação, por causa da crise econômica.
Com o crescimento da economia e a retomada das vendas, 86,6% das indústrias planejam investir no próximo ano. A projeção da entidade para o total de investimentos médio da indústria em 2010 é de R$ 4,353 milhões, um aumento de 23% sobre a estimativa de R$ 3,526 milhões deste ano.
No entanto, as empresas continuarão dependendo principalmente de recursos próprios e de fontes oficiais para expandir e realizar melhorias. Para 2010, a expectativa é que em média 55% dos valores investidos saiam do caixa das companhias e 26,5% de bancos de fomento, como o BNDES. As instituições privadas devem responder por apenas 8,3% dos financiamentos.


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