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Indústria brasileira vai priorizar mercado interno, afirma CNI
74% das empresas brasileiras do setor priorizarão negócios no país em 2010
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O descompasso entre a recuperação da economia brasileira
e a retomada do comércio internacional fez com a indústria
deixasse de priorizar o mercado externo na elaboração dos
novos planos de investimentos
para 2010, o que pode retardar
ainda mais a reentrada dos produtos nacionais em países que
são clientes tradicionais do
Brasil, mas perderam o fôlego
de compras durante a crise.
De acordo com sondagem da
CNI (Confederação Nacional
da Indústria), os esforços de
melhoria e ampliação da capacidade de 74,1% das indústrias
brasileiras no próximo ano estarão voltados principalmente
para o mercado interno, que
tem sustentado o aumento das
vendas do setor. Apenas 5,2%
das empresas afirmaram que os
investimentos terão como objetivo principal atender a demanda externa.
"Esse é um dado preocupante porque envolve a competitividade dos nossos produtos, e
revela uma tendência da indústria que vem desde 2004, claramente acompanhando a valorização do real nesse período",
afirmou o gerente de Pesquisa
da CNI, Renato da Fonseca.
Segundo o economista, as
empresas que deixarem de investir agora pensando nas exportações terão dificuldades
em atender à demanda internacional no futuro e em oferecer
mercadorias com a qualidade e
a inovação exigidas para o retorno a grandes mercados.
"Nossa reação é limitada pela
retração do comércio mundial,
por causa do câmbio e, olhando
para a frente, a diminuição desses investimentos. O esforço
para ganharmos mercados até a
metade desta década pode estar sendo solapado por essas
condições", avaliou o gerente
de Política Econômica da entidade, Flávio Castelo Branco.
Segundo a CNI, 85% das indústrias brasileiras investiram
em 2009. Desse grupo, 46,3%
conseguiram concluir as inversões previstas, percentual semelhante ao de anos anteriores, mas partindo de planos
mais modestos de ampliação,
por causa da crise econômica.
Com o crescimento da economia e a retomada das vendas,
86,6% das indústrias planejam
investir no próximo ano. A projeção da entidade para o total
de investimentos médio da indústria em 2010 é de R$ 4,353
milhões, um aumento de 23%
sobre a estimativa de R$ 3,526
milhões deste ano.
No entanto, as empresas
continuarão dependendo principalmente de recursos próprios e de fontes oficiais para
expandir e realizar melhorias.
Para 2010, a expectativa é que
em média 55% dos valores investidos saiam do caixa das
companhias e 26,5% de bancos
de fomento, como o BNDES. As
instituições privadas devem
responder por apenas 8,3% dos
financiamentos.
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