São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

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Bernanke vê ameaça em gastos sociais nos EUA

Para presidente do Fed, se déficit fiscal não cair, despesas vão enfraquecer economia

Inflação ao consumidor americano registra alta de 2,5% em 2006, menor índice desde 2003, quando o indicador havia subido 1,9%


VINICIUS ALBUQUERQUE
DA FOLHA ONLINE

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, disse ontem que, se o déficit fiscal americano não for revertido, o peso dos gastos do governo, em particular com programas sociais, irá enfraquecer a economia.
"Se uma ação significativa não for tomada com antecedência, a economia americana pode ser seriamente enfraquecida, com o peso maior recaindo sobre as gerações futuras", disse Bernanke, em pronunciamento diante do Comitê Orçamentário do Congresso.
"O déficit orçamentário pode ficar estável ou moderado nos próximos anos. Infelizmente, o que estamos experimentando provavelmente é a calma que precede a tempestade", afirmou, citando o déficit de US$ 248 bilhões registrado no ano fiscal de 2006 (encerrado em setembro do ano passado), contra US$ 319 bilhões no ano fiscal anterior.
Bernanke lembrou que os gastos do governo com os programas sociais no ano passado representaram 40% de todos os desembolsos federais, cerca de 8,5% do PIB (Produto Interno Bruto). Segundo o presidente do Fed, esses desembolsos devem chegar a 10,5% do PIB até 2015 e a 15% até 2030.
"Os membros do Congresso que enfatizam a manutenção de taxas baixas de impostos têm de aceitar que os baixos impostos só podem ser sustentados se os gastos, incluindo aqueles com benefícios, forem mantidos igualmente baixos", disse, referindo-se aos cortes de impostos adotados no governo do presidente americano, George W. Bush.

Inflação
O CPI (índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês) nos EUA registrou alta de 2,5% em 2006, menor índice desde 2003, quando o indicador mostrou alta de apenas 1,9%, informou ontem o Departamento do Trabalho.
Já o núcleo dos preços (que exclui os de alimentos e energia) teve aumento de 2,6%. O resultado ficou acima do patamar de 2%, considerado adequado pelo Fed. No próximo dia 31, haverá reunião para decidir a nova taxa de juros-que hoje está em 5,25% ao ano.


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