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Bernanke vê ameaça em gastos sociais nos EUA
Para presidente do Fed, se déficit fiscal não cair, despesas vão enfraquecer economia
Inflação ao consumidor americano registra alta de 2,5% em 2006, menor índice
desde 2003, quando o indicador havia subido 1,9%
VINICIUS ALBUQUERQUE
DA FOLHA ONLINE
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central
americano), Ben Bernanke,
disse ontem que, se o déficit fiscal americano não for revertido, o peso dos gastos do governo, em particular com programas sociais, irá enfraquecer a
economia.
"Se uma ação significativa
não for tomada com antecedência, a economia americana
pode ser seriamente enfraquecida, com o peso maior recaindo sobre as gerações futuras",
disse Bernanke, em pronunciamento diante do Comitê Orçamentário do Congresso.
"O déficit orçamentário pode
ficar estável ou moderado nos
próximos anos. Infelizmente, o
que estamos experimentando
provavelmente é a calma que
precede a tempestade", afirmou, citando o déficit de US$
248 bilhões registrado no ano
fiscal de 2006 (encerrado em
setembro do ano passado), contra US$ 319 bilhões no ano fiscal anterior.
Bernanke lembrou que os
gastos do governo com os programas sociais no ano passado
representaram 40% de todos os
desembolsos federais, cerca de
8,5% do PIB (Produto Interno
Bruto). Segundo o presidente
do Fed, esses desembolsos devem chegar a 10,5% do PIB até
2015 e a 15% até 2030.
"Os membros do Congresso
que enfatizam a manutenção
de taxas baixas de impostos
têm de aceitar que os baixos
impostos só podem ser sustentados se os gastos, incluindo
aqueles com benefícios, forem
mantidos igualmente baixos",
disse, referindo-se aos cortes
de impostos adotados no governo do presidente americano, George W. Bush.
Inflação
O CPI (índice de preços ao
consumidor, na sigla em inglês)
nos EUA registrou alta de 2,5%
em 2006, menor índice desde
2003, quando o indicador mostrou alta de apenas 1,9%, informou ontem o Departamento do
Trabalho.
Já o núcleo dos preços (que
exclui os de alimentos e energia) teve aumento de 2,6%. O
resultado ficou acima do patamar de 2%, considerado adequado pelo Fed. No próximo
dia 31, haverá reunião para decidir a nova taxa de juros-que
hoje está em 5,25% ao ano.
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