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Bush promete pacote com até US$ 150 bi de ajuda
Plano que precisa de aprovação do Congresso é "injeção no braço" contra crise, diz ele
Proposta de Bush para estimular economia deve direcionar US$ 100 bi aos indivíduos e US$ 50 bi às empresas, diz republicano
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George W. Bush, anunciou ontem os
"princípios" de um pacote de
estímulo econômico para evitar que o país entre em recessão, com um alívio fiscal temporário de até US$ 150 bilhões.
Segundo ele, as propostas, que
deverão ainda ser negociadas e
aprovadas no Congresso, são
uma "injeção no braço" para
"manter saudável uma economia fundamentalmente forte".
Em pronunciamento na Casa
Branca, Bush disse que o pacote deve incluir incentivos fiscais para as empresas investirem e medidas de restituição
rápida de impostos aos contribuintes. Para que seja efetivo,
ele disse, o pacote de estímulo
econômico teria de representar
cerca de 1% do PIB (Produto
Interno Bruto) do país.
O secretário do Tesouro,
Henry Paulson, afirmou que 1%
do PIB dos EUA representa entre US$ 140 bilhões e US$ 150
bilhões. Disse ainda que a
maior parte do pacote de estímulo seria dirigida aos contribuintes individuais. "O custo da
inação seria alto demais", disse
Paulson. "Precisamos agir, e
agora."
O pronunciamento do presidente não acalmou os mercados, que fecharam majoritariamente em baixa.
Um líder do Partido Republicano, do presidente, que não
quis se identificar, afirmou que
o plano de Bush é direcionar
US$ 100 bilhões aos indivíduos
e US$ 50 bilhões às empresas.
Como a Casa Branca já tinha
antecipado anteontem, Bush
não deu detalhes sobre o plano,
mas estabeleceu seus fundamentos. "Os americanos podem usar esse dinheiro como
desejarem: para ajudar a pagar
suas contas mensais, a cobrir os
custos crescentes na bomba de
gasolina ou para pagar outras
necessidades básicas."
"Deixar que os americanos fiquem com mais de seu dinheiro
deve aumentar os gastos do
consumidor e erguer nossa
economia em um momento em
que as pessoas, de outra maneira, devem gastar menos", disse
Bush no discurso. Os gastos do
consumidor representam cerca
de 70% do PIB dos EUA e vêm
caindo com o aprofundamento
da crise financeira.
Bush e Paulson também não
deram detalhes sobre os valores da restituição de impostos
nem quem a receberia. "Acreditamos que a maior parte desse
pacote deve ser dirigida a consumidores, contribuintes, dando alívio a eles", disse Paulson,
estimando que a medida deve
criar 500 mil novos empregos
neste ano.
Segundo fontes no Congresso americano, de maioria democrata, os legisladores estão
discutindo uma restituição de
US$ 500 a US$ 800 para indivíduos e um valor maior para casais e lares com filhos de até
US$ 1.600. O dinheiro seria
destinado a indivíduos com
renda anual de até US$ 85 mil e
casais que ganhem US$ 110 mil
ou menos ao ano. Não está definido ainda se o dinheiro virá
numa vez ou parcelado.
O plano de Bush de estímulo
à economia em 2001, período
em que o país entrou em recessão, incluía restituições de US$
300 ou US$ 600 em cheques,
que levavam cerca de dez semanas para serem emitidos.
Critérios
Bush delineou diversos critérios que o pacote deve atender.
É preciso que ele seja "grande o
bastante para fazer diferença
em uma economia tão grande e
dinâmica quanto a nossa"; precisa ter por base "a redução
temporária de impostos"; precisa entrar em vigor imediatamente, mas por prazo determinado; e não deve incluir quaisquer aumentos de impostos.
Falando na Casa Branca por
quase sete minutos em um discurso em que não usou a palavra "recessão", Bush apelou pela aprovação do pacote ("nossa
prioridade econômica mais
premente") ao Congresso de
maioria oposicionista e em ano
eleitoral. Ele reconheceu os temores quanto à economia do
país, mas disse que ela continua
forte e seguirá crescendo ainda
que em ritmo mais lento.
"Estamos em meio a um período desafiador", disse Bush.
"E sei que os norte-americanos
estão preocupados. Mas nossa
economia é resistente e já superou desafios no passado."
Embora Bush tenha concentrado suas atenções nos impostos, os líderes democratas e republicanos no Congresso estão
trabalhando em um pacote
mais amplo que envolveria
igualmente uma elevação no
valor da assistência alimentar
às pessoas de baixa renda e uma
extensão e talvez elevação nos
benefícios a desempregados.
O presidente e o Congresso
têm pressa de agir porque cresce o medo de que a severa queda do mercado habitacional e a
dolorosa crise do setor financeiro façam com que as pessoas
fechem as carteiras e as empresas suspendam suas contratações, o que poderia levar a
maior economia do mundo a
uma recessão.
Especificamente, ele apelou
por incentivos fiscais a empresas, entre as quais as de pequeno porte, para que realizem investimentos novos durante o
ano. "Incentivá-las a investir
agora encorajará seus donos a
expandir suas operações, criar
novos empregos e, como resultado, injetar nova energia em
nossa economia", declarou o
presidente.
Com agências internacionais
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