São Paulo, sábado, 19 de janeiro de 2008

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Consumidores emitem sinais contraditórios

DA BLOOMBERG
DA FOLHA ONLINE

Duas pesquisas divulgadas ontem captaram percepções distintas da população dos EUA com relação à economia.
De um lado, o índice preliminar Reuters/Universidade de Michigan sobre o otimismo dos consumidores subiu para 80,5 pontos ante a marca de dezembro passado, de 75,5 pontos, a mais baixa de 2005. Foi a primeira alta desde julho de 2007.
Do outro, pesquisa de opinião da revista americana "Fortune", mostrou que 19% dos entrevistados consideram que a economia dos EUA está em recessão. Outros 57% afirmam que isso vai ocorrer em algum momento neste ano. Apenas 19% disseram que a economia do país conseguirá se livrar.
Os dados do levantamento Reuters/Universidade de Michigan levam à conclusão de que os consumidores dos EUA estão suportando bem o aumento dos preços dos combustíveis e a deterioração do mercado imobiliário residencial.
"As pessoas que estão empregadas continuam gastando", disse Ryan Reed, economista da National City Corp. de Cleveland. "Desde que as pessoas tenham uma fonte de renda sólida, elas são capazes de lidar com a alta dos preços."
Na pesquisa da "Fortune", porém, cerca de metade dos entrevistados disseram também que já passaram a cortar gastos, o que foi visto como mau sinal para a economia -o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) baixou três vezes os juros no ano passado e deve manter a política de cortes neste ano justamente a fim de estimular o consumo.
Segundo economistas que avaliaram o levantamento Reuters/Michigan, o otimismo reduz o receio de que os gastos com o consumo, que respondem por mais de dois terços da economia norte-americana, entrarão em colapso, fazendo com que a expansão econômica dos EUA cesse.

Choque
Com relação à pesquisa da "Fortune", os resultados "são bastante chocantes", disse Dean Baker, co-diretor do CEPR (Centro de Pesquisa Econômica e Política, na sigla em inglês).
Segundo ele, se as opiniões dos americanos são as refletidas na pesquisa, isso pode levar a uma queda ainda mais acentuada na economia do que os especialistas prevêem.
O relatório preliminar sobre a confiança dos consumidores do levantamento da Reuters/ Universidade de Michigan para o mês reflete cerca de 300 respostas, comparativamente às 500 respostas reunidas na pesquisa final.
A pesquisa para a "Fortune" ouviu mil pessoas de segunda a quarta-feira desta semana. A margem de erro é de três pontos percentuais.
O levantamento foi conduzido para a "Fortune" pela empresa de pesquisas SRBI Public Affairs Center.


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