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TRABALHO
Cooperativa vai à Justiça para ter legalidade reconhecida
DA REPORTAGEM LOCAL
A Cooperbrim (Cooperativa dos Produtores de Confecções em Artigos de Brim
de Avaré e Região) entrou
com ação na Justiça Federal
de Bauru (SP) neste mês para
que seja reconhecida sua legalidade -uma cooperativa
de produção- e, como conseqüência, voltar a operar.
Desde dezembro de 2007,
a Cooperbrim, que tem cerca
de 70 cooperados, parou de
prestar serviços de costura a
três clientes -Lorsa, CWR
Indústria e Comércio e CWR
Lavanderia e Tinturaria, que
fornecem roupas para a
C&A- porque procuradores
do Ministério Público do
Trabalho em Bauru suspeitam, após realização de fiscalização, que a Cooperbrim
opera como intermediadora
de mão-de-obra, e não como
cooperativa de produção.
"A Cooperbrim é uma cooperativa de produção e presta serviços para as empresas.
Houve equívoco no entendimento dos procuradores.
Não existe intermediação de
mão-de-obra. Cooperativa
de produção é aquela na qual
os cooperados contribuem
com serviços laboratoriais
ou profissionais para produção em comum de bens. É o
que Cooperbrim faz -a costura de roupas [calças e bermudas] para clientes", diz
José Reitor Rizzardi, advogado da Cooperbrim.
Rizzardi diz que, desde que
o Ministério Público do Trabalho em Bauru entrou com
ação civil pública contra as
três empresas e a Cooperbrim, as cerca de 70 costureiras, com mais de 40 anos, estão sem renda. "Depois da
fiscalização feita pelos procuradores, ninguém quer
mais contratar os serviços da
cooperativa. Por isso, a Cooperbrim recorreu à Justiça
para que seja reconhecida a
sua legalidade", afirma.
Lourdes Soares do Nascimento, 47, presidente da
Cooperbrim, afirma que "o
que pode ter confundido os
procuradores foi o vocabulário das costureiras na hora
das entrevistas. Como quase
todas elas vieram da Staroup,
elas acabaram dizendo que
tinham salário, não retirada.
E o cartão de ponto que existe na cooperativa é só para
acompanhar o quanto cada
cooperado fica na cooperativa, e não para controle. Ocorreu um mal-entendido", diz.
A costureira Maria de Lima, 54, que trabalhou 19
anos na Staroup e é cooperada da Cooperbrim há quase
um ano, diz que "retira da
cooperativa cerca de R$ 550
por mês, dependendo dos
serviços que chegam". "Aqui
não tem nada de falso. Com a
idade que tenho, não consigo
mais trabalhar em fábrica.
Na cooperativa, consigo
manter as contas em dia."
Marcus Vinícius Gonçalves, um dos procuradores
que participaram da ação de
fiscalização na Cooperbrim,
diz que, na ação que encaminhou à Justiça, há um pedido
de indenização de R$ 1,2 milhão (R$ 300 mil para cada
uma das empresas envolvidas) para as costureiras.
"A Cooperbrim está com
sua finalidade e funcionamento desvirtuados, servindo como instrumento para a
fraude e a ilícita intermediação de mão-de-obra, estando
inserida em esquema que
busca exclusivamente impedir a aplicação da legislação
labora", cita Gonçalves na
ação encaminhada à Justiça.
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