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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Fiesp reclama de protecionismo argentino
O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado
de São Paulo), Paulo Skaf, participou na sexta-feira de uma
reunião em Buenos Aires com a
ministra argentina da Produção, Débora George, para reclamar das dificuldades que os exportadores brasileiros estão
encontrando para os produtos
entrarem nos país vizinho.
Desde o agravamento da crise econômica, em meados de
setembro, a Argentina tem
criado embaraços para a importação de produtos brasileiros. As licenças de importação,
que antes eram automáticas,
hoje precisam ser submetidas à
burocracia das autoridades do
governo argentino.
A aprovação tem sido bastante lenta e muitos produtos não
conseguem superar essa barreira. "Muitas empresas estão
aguardando há meses essas licenças", diz Skaf.
O presidente da Fiesp também discutiu um outro tema na
reunião com a ministra argentina, que foi a ameaça de o país
vizinho entrar com um processo de "dumping" [exportação a
preços abaixo dos preços internos] contra alguns produtos
brasileiros. Ele não informou
quais seriam esses produtos.
A reunião com a ministra argentina não chegou a nenhuma
conclusão final, mas Skaf já tem
marcado um encontro na Fiesp
com a presidente da Argentina,
Cristina Kirchner, quando esses assuntos voltarão a ser discutidos.
No próximo dia 26, está
agendada uma reunião do Mercosul, e o protecionismo deve
ser um dos temas da pauta.
De acordo com o presidente
da Fiesp, em um momento de
crise como esse, Brasil e Argentina devem procurar se unir
contra a ameaça da invasão dos
produtos asiáticos e não brigar
entre si.
"O nosso objetivo deve ser o
de adotar medidas preventivas
contra importações predatórias da China", diz Skaf.
"O nosso objetivo [de brasileiros e argentinos] deve ser o de adotar medidas preventivas contra importações predatórias da China."
PAULO SKAF
presidente da Fiesp
MENOS PARA O LEÃO
A Bycon, fornecedora de equipamentos e serviços de segurança digital, refez seu planejamento tributário para encontrar possibilidades de cortes de custos. "Sempre quisemos fazer essa revisão. Mas, com o acirramento da concorrência e
com a crise, isso passou a ser uma questão de sobrevivência",
diz Antonio José Cláudio Filho, sócio da Bycon. Uma das soluções apontadas pelos consultores foi a abertura de uma fábrica em Extrema (MG), em busca de benefícios fiscais. O
empresário, que conseguiu a redução de 15% para 5% no IPI
do produto, também quer cortes no ICMS, no PIS e na Cofins. Com as ações, a Bycon visa manter os preços e crescer
30% neste ano, mais que a expansão de 28% de 2008.
Déficit comercial de produtos plásticos cresce 79% em 2008
A balança comercial brasileira de produtos plásticos transformados registrou aumento
do déficit em dezembro do ano
passado com relação a 2007.
No ano passado, o déficit foi
de US$ 1,034 bilhão, com exportações de US$ 1,454 bilhão e
importações de US$ 2,488 bilhões. No ano anterior, o déficit
ficara em US$ 579 milhões
-exportações de US$ 1,285 bilhão e importações de US$
1,864 bilhão.
Em 2008, o déficit vinha em
alta acelerada com aumento
contínuo das importações. A
partir de setembro, porém, as
importações começaram a cair.
Em dezembro a queda foi de
14,8% em relação a novembro.
O recuo nas compras externas, natural nos últimos meses
de todos os anos, foi potencializado no fim de 2008 pela volatilidade do câmbio e pela incerteza dos empresários por conta
da crise, segundo Otávio Carvalho, diretor da MaxiQuim.
Em novembro, a retração havia sido de 16,3%, e em outubro
houve uma queda de 1%. Em
2007, outubro apresentou um
crescimento de 25,5% nas importações. Em novembro daquele ano, o recuo foi de 9,7%,
e, em dezembro, houve uma redução de 16,9%.
Já as exportações permaneceram mais estáveis. "As variações foram mais suaves nas exportações, com exceção de novembro, quando houve um baque por causa da falta de crédito para o embarque de produtos brasileiros ao exterior."
A alta nas importações vinha
acontecendo desde abril. Em
setembro o volume de importações chegou a US$ 258 milhões,
o maior registrado em toda a
série histórica, desde 1996.
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