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MAIS DO MESMO
Só corte de dois pontos percentuais tiraria Brasil da liderança
País mantém topo em juros reais
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil manteve-se com folgada margem no primeiro posto do
ranking mundial de juros reais.
Com a manutenção da taxa básica de juros em 16,5%, os juros
reais projetados para os próximos
12 meses ficaram em 10,2%, segundo levantamento da consultoria Global Invest. Juros reais consideram a taxa básica de juros (a
Selic), descontada a inflação.
Ou seja, em uma situação na
qual os juros básicos se mantêm
inalterados e as projeções de inflação recuam, os juros reais sobem.
É exatamente o que ocorre agora.
A consolidação do Brasil na liderança dos juros reais projetados acontece porque as estimativas de inflação em 12 meses recuaram de 5,96%, em janeiro, para os atuais 5,69%, segundo a pesquisa Focus, do Banco Central.
No ranking da Global Invest, o
segundo lugar entre as maiores
taxas de juros reais (projetadas) é
da Turquia, com 8,4%. África do
Sul (8%) e Hungria (7,8%) são os
países imediatamente a seguir. O
Brasil deixaria a liderança somente se o Copom, na decisão de ontem, tivesse cortado a Selic em
dois pontos percentuais (para
14,5%). Isso faria com que a taxa
de juros reais projetada recuasse a
8,3%. Os juros reais projetados
são indicador importante porque
servem de baliza para decisões do
chamado setor produtivo e demais investidores.
A consultoria segue a avaliação
unânime do mercado de que o BC
retomará a trajetória decrescente
dos juros, mas sustenta que, depois da parada técnica, os juros
cairão menos. Prevê que os juros
estarão em 15% em dezembro
-quando a maioria do mercado
aposta em torno de 13% a 13,5%.
No ranking de juros reais que
considera a inflação passada (a
terminada nos últimos 12 meses),
o Brasil é superado somente pela
Turquia. A taxa brasileira ficou
em 13,8% contra os 15,8% da Turquia. Em janeiro, os juros reais estavam em 13,6%, mas subiram
porque houve um recuo no IPCA
acumulado em 12 meses (de 7,7%,
em janeiro para 6,8% em fevereiro).
(JOSÉ ALAN DIAS)
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