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PREÇOS
Aumento na cidade de SP foi de 0,26% nos últimos 30 dias; estimativa de taxa para o mês baixa de 0,40% para 0,30%
Inflação perde força, e Fipe reduz previsão
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
A taxa de inflação mantém forte
desaceleração neste mês, surpreendendo não só os analistas de
mercado mas também a Fipe
(Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas), instituição que faz
o acompanhamento semanal de
preços na cidade de São Paulo.
Nos últimos 30 dias até 15 deste
mês, os preços subiram 0,26% para os paulistanos. As previsões para o período eram de taxa entre
0,35% e 0,40%. Devido a esse recuo, a Fipe reviu -para baixo-
a previsão da inflação deste mês.
Agora, a estimativa é de taxa de
até 0,30%, contra 0,40% previstos
anteriormente.
Dois fatores determinaram a
perda de ritmo da inflação. Primeiro, as pressões sazonais, como
educação e pacotes de turismo,
estão perdendo força.
Segundo, as propaladas pressões de preços industriais previstas para este mês não estão ocorrendo como se imaginava.
As novas listas de aumentos entregues pelas indústrias ao varejo,
a elevação da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) de 3% para 7,6%
(desde 1º deste mês) e até mesmo
a esperada pressão dos produtos
"in natura" não foram repassadas
aos preços e, por conseguinte, não
chegaram ao índice, segundo
Paulo Picchetti, coordenador do
IPC da Fipe.
Repasse será pequeno
Para o economista, a demanda
está tão ruim que não permite o
reajuste dos preços. Os próprios
dados da recuperação industrial
mostram isso, segundo ele.
Essa recuperação se deu nos setores de bens de capital e de bens
duráveis, mas não cresceu no de
bens semiduráveis, o que mostra
a falta de renda da população.
A Fipe registra essa perda de poder de compra do consumidor.
Muitos produtos industrializados
pesquisados pela instituição,
mesmo com a pressão para novos
aumentos, começaram a mostrar
tendência de queda. Os artigos de
higiene e de beleza caíram 0,45%
no período.
Picchetti diz que alguma coisa
dessa pressão industrial vai ser repassada para os consumidores,
mas com pouca intensidade. Ele
cita os produtos eletrônicos que,
devido à pressão nos preços do
aço, já estão com aumento médio
de 1,1% nos últimos 30 dias.
O coordenador do IPC da Fipe
acredita que os preços vão repetir
em março uma taxa próxima do
0,30% deste mês. O núcleo inflacionário, que mostra a persistência dos aumentos, está próximo
de 0,20% desde janeiro, diz.
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