São Paulo, quinta-feira, 19 de fevereiro de 2004

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PREÇOS

Aumento na cidade de SP foi de 0,26% nos últimos 30 dias; estimativa de taxa para o mês baixa de 0,40% para 0,30%

Inflação perde força, e Fipe reduz previsão

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A taxa de inflação mantém forte desaceleração neste mês, surpreendendo não só os analistas de mercado mas também a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), instituição que faz o acompanhamento semanal de preços na cidade de São Paulo.
Nos últimos 30 dias até 15 deste mês, os preços subiram 0,26% para os paulistanos. As previsões para o período eram de taxa entre 0,35% e 0,40%. Devido a esse recuo, a Fipe reviu -para baixo- a previsão da inflação deste mês. Agora, a estimativa é de taxa de até 0,30%, contra 0,40% previstos anteriormente.
Dois fatores determinaram a perda de ritmo da inflação. Primeiro, as pressões sazonais, como educação e pacotes de turismo, estão perdendo força.
Segundo, as propaladas pressões de preços industriais previstas para este mês não estão ocorrendo como se imaginava.
As novas listas de aumentos entregues pelas indústrias ao varejo, a elevação da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) de 3% para 7,6% (desde 1º deste mês) e até mesmo a esperada pressão dos produtos "in natura" não foram repassadas aos preços e, por conseguinte, não chegaram ao índice, segundo Paulo Picchetti, coordenador do IPC da Fipe.

Repasse será pequeno
Para o economista, a demanda está tão ruim que não permite o reajuste dos preços. Os próprios dados da recuperação industrial mostram isso, segundo ele.
Essa recuperação se deu nos setores de bens de capital e de bens duráveis, mas não cresceu no de bens semiduráveis, o que mostra a falta de renda da população.
A Fipe registra essa perda de poder de compra do consumidor. Muitos produtos industrializados pesquisados pela instituição, mesmo com a pressão para novos aumentos, começaram a mostrar tendência de queda. Os artigos de higiene e de beleza caíram 0,45% no período.
Picchetti diz que alguma coisa dessa pressão industrial vai ser repassada para os consumidores, mas com pouca intensidade. Ele cita os produtos eletrônicos que, devido à pressão nos preços do aço, já estão com aumento médio de 1,1% nos últimos 30 dias.
O coordenador do IPC da Fipe acredita que os preços vão repetir em março uma taxa próxima do 0,30% deste mês. O núcleo inflacionário, que mostra a persistência dos aumentos, está próximo de 0,20% desde janeiro, diz.


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