São Paulo, segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

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Economia dos EUA vai ditar o "humor' do mercado

Dado de inflação e ata do Fed saem na quarta-feira

DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado financeiro brasileiro terá um semana bem mais curta devido à festa de Carnaval. Tanto os bancos quanto as Bolsas de Valores funcionarão apenas a partir de quarta-feira.
Como o cenário internacional não promete nada de relevante no campo econômico enquanto os mercados brasileiros estiverem fechados, a tendência é a de a semana ser de tranqüilidade nos mercados cambial e acionário domésticos.
A quarta-feira será o dia mais relevante no mercado internacional, com a divulgação do CPI (índice de preços ao consumidor norte-americano, na sigla em inglês) de janeiro e a ata do último encontro do Fomc (o Copom do BC americano).
"Na quarta-feira, quando a BM&F e a Bovespa abrem após as 13h, a agenda americana ficará mais cheia. Haverá a divulgação do índice de preços ao consumidor americano de janeiro pela manhã e, à tarde, o Fomc divulga a ata da sua última reunião", afirma a Link Corretora.
Em dezembro, o índice de inflação ao consumidor dos EUA registrou alta de 0,5%. A expectativa do mercado é a de que a taxa fique mais baixa, em aproximadamente 0,1%, em janeiro.
Na semana passada, o discurso de Ben Bernanke, presidente do Fed (o banco central norte-americano), no Senado animou o mercado financeiro global.
Bernanke afirmou que números recentes da economia mostram que "a política monetária atual deve alimentar o crescimento econômico sustentável e reduzir gradualmente o núcleo da inflação".
Para investidores e analistas, esse foi um sinal de que os juros não vão subir nos Estados Unidos nos próximos meses. Além disso, aumentou a expectativa em torno da possibilidade de a taxa básica americana, que está em 5,25% anuais, venha a ser reduzida ainda no primeiro semestre deste ano.
"O presidente do Fed confirmou a visão benigna mostrada no último comunicado do Fomc [o Copom dos EUA], o que trouxe otimismo para os mercados internacionais", afirmou em relatório o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco.
"Acreditamos que a convergência da inflação aliada a um crescimento do PIB em linha/ um pouco abaixo do crescimento potencial dos EUA pode levar a uma queda de juros no final deste ano ou começo de 2008, ainda que em um horizonte mais próximo devemos ter a manutenção em 5,25% ao ano da taxa de juros", diz o relatório do banco.

Cenário positivo
Para os emergentes, como o Brasil, o fato de os juros americanos parecerem não ter espaço para subir nos próximos meses pode ser positivo. Um cenário desse eleva a atratividade dos ativos (ações, títulos da dívida) dos emergentes, podendo resultar em uma migração de recursos.
Tanto que Bernanke se preocupou em dizer na quinta-feira achar "improvável que em algum momento do futuro previsível haveria uma grande venda de títulos de dívida" dos Estados Unidos por grandes investidores internacionais.
Na última sexta-feira foi divulgado nos Estados Unidos o resultado do PPI (índice de inflação ao produtor americano, na sigla em inglês) do mês de janeiro.
O indicador apontou deflação de 0,6% no mês. Em dezembro, a taxa apurada mostrou alta de 0,9%
No Brasil, a divulgação da taxa de desemprego de janeiro, na quinta-feira, deve ser o dado mais relevante da semana. Mas os analistas não esperam que a taxa de desemprego traga novidades suficientes para mexer com o mercado.


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