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Economia dos EUA vai ditar o "humor' do mercado
Dado de inflação e ata do Fed saem na quarta-feira
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado financeiro brasileiro terá um semana bem mais
curta devido à festa de Carnaval. Tanto os bancos quanto as
Bolsas de Valores funcionarão
apenas a partir de quarta-feira.
Como o cenário internacional não promete nada de relevante no campo econômico enquanto os mercados brasileiros
estiverem fechados, a tendência é a de a semana ser de tranqüilidade nos mercados cambial e acionário domésticos.
A quarta-feira será o dia mais
relevante no mercado internacional, com a divulgação do CPI
(índice de preços ao consumidor norte-americano, na sigla
em inglês) de janeiro e a ata do
último encontro do Fomc (o
Copom do BC americano).
"Na quarta-feira, quando a
BM&F e a Bovespa abrem após
as 13h, a agenda americana ficará mais cheia. Haverá a divulgação do índice de preços ao consumidor americano de janeiro
pela manhã e, à tarde, o Fomc
divulga a ata da sua última reunião", afirma a Link Corretora.
Em dezembro, o índice de inflação ao consumidor dos EUA
registrou alta de 0,5%. A expectativa do mercado é a de que a
taxa fique mais baixa, em aproximadamente 0,1%, em janeiro.
Na semana passada, o discurso de Ben Bernanke, presidente
do Fed (o banco central norte-americano), no Senado animou
o mercado financeiro global.
Bernanke afirmou que números recentes da economia
mostram que "a política monetária atual deve alimentar o
crescimento econômico sustentável e reduzir gradualmente o núcleo da inflação".
Para investidores e analistas,
esse foi um sinal de que os juros
não vão subir nos Estados Unidos nos próximos meses. Além
disso, aumentou a expectativa
em torno da possibilidade de a
taxa básica americana, que está
em 5,25% anuais, venha a ser
reduzida ainda no primeiro semestre deste ano.
"O presidente do Fed confirmou a visão benigna mostrada
no último comunicado do
Fomc [o Copom dos EUA], o
que trouxe otimismo para os
mercados internacionais", afirmou em relatório o Departamento de Pesquisas e Estudos
Econômicos do Bradesco.
"Acreditamos que a convergência da inflação aliada a um
crescimento do PIB em linha/
um pouco abaixo do crescimento potencial dos EUA pode
levar a uma queda de juros no
final deste ano ou começo de
2008, ainda que em um horizonte mais próximo devemos
ter a manutenção em 5,25% ao
ano da taxa de juros", diz o relatório do banco.
Cenário positivo
Para os emergentes, como o
Brasil, o fato de os juros americanos parecerem não ter espaço para subir nos próximos meses pode ser positivo. Um cenário desse eleva a atratividade
dos ativos (ações, títulos da dívida) dos emergentes, podendo
resultar em uma migração de
recursos.
Tanto que Bernanke se preocupou em dizer na quinta-feira
achar "improvável que em algum momento do futuro previsível haveria uma grande venda
de títulos de dívida" dos Estados Unidos por grandes investidores internacionais.
Na última sexta-feira foi divulgado nos Estados Unidos o
resultado do PPI (índice de inflação ao produtor americano,
na sigla em inglês) do mês de janeiro.
O indicador apontou deflação de 0,6% no mês. Em dezembro, a taxa apurada mostrou alta de 0,9%
No Brasil, a divulgação da taxa de desemprego de janeiro,
na quinta-feira, deve ser o dado
mais relevante da semana. Mas
os analistas não esperam que a
taxa de desemprego traga novidades suficientes para mexer
com o mercado.
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