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Setor de papel e celulose prevê aumento da produção
Com amadurecimento de investimentos, Klabin e Suzano esperam elevar vendas; queda do dólar segurou resultados em 2007
CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
As vendas de alguns fabricantes de papel e celulose tiveram pequenas altas em 2007,
porém devem reagir neste ano,
segundo analistas. Isso porque
investimentos dos últimos dois
anos estão começando a amadurecer e a nova produção começa a chegar ao mercado.
Na Klabin, por exemplo, a receita líquida em 2007 somou
R$ 2,8 bilhões, 3% superior à de
2006. A venda em volume cresceu o mesmo percentual, atingindo 1,4 milhão de toneladas.
Porém, com o início, em outubro de 2007, de uma nova
operação em Monte Alegre
(PR), na qual foram investidos
R$ 2,2 bilhões, entre 2006 e
2008, a capacidade de produção de papéis e cartões deve pular de 700 mil toneladas para 1,1
milhão de toneladas.
"O ano de 2008 será o primeiro de colheita desses investimentos, e teremos aumento
expressivo no volume de negócios", afirma Miguel Sampol,
diretor-geral da Klabin.
A Suzano já começou a sentir
os efeitos no volume vendido,
que aumentou 14% em 2007,
em função da entrada em operação da segunda linha de celulose em Mucuri (BA). Lá, foi investido US$ 1,3 bilhão.
A receita líquida da companhia atingiu R$ 3,4 bilhões em
2007, 10% acima de 2006.
"A Suzano foi vencedora em
termos de vendas, com a entrada em operação de Mucuri", escreveu Marcos Paulo Pereira,
analista do banco Fator. "A
Klabin sentiu perdas, já que
Monte Alegre trará despesas e
custos adicionais, sem a contrapartida de maiores vendas
[num primeiro momento]."
Esse fato pôde ser percebido
nos resultados do quarto trimestre de 2007 da Klabin. A geração de caixa foi 25% menor
do que no último trimestre de
2006. Já o lucro líquido teve
queda de 35% no período e a receita líquida, de 4% no período.
Um dos motivos foi a retração na construção civil dos
EUA, que usa madeira Klabin.
"Foi um efeito pequeno", diz
Luiz Otávio Broad, analista da
Ágora Corretora. "O consumo
dos Estados Unidos não tem influenciado o mercado de papel
e celulose porque quem tem
puxado a demanda é a Ásia."
A Klabin espera, inclusive,
aumento de vendas para o mercado americano em função de
novos acordos comerciais com
distribuidores. Em 2007, o lucro da empresa aumentou 31%,
atingindo R$ 621 milhões. Para
2008, a Klabin anunciou investimentos de R$ 200 milhões.
Segundo Broad, a previsão de
aumento de vendas da Klabin
para 2008 é de 20% e, da Suzano, de 42%. Ele também espera
que a Aracruz aumente seus volumes, em função de melhorias,
mas em menor escala.
Em 2007, as vendas líquidas
da Aracruz somaram R$ 3,6 bilhões, estáveis em relação ao
ano anterior. O motivo foi o
mesmo que atingiu todas as
empresas: a valorização do real.
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