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Vale anima investidor, e Bolsa de SP sobe 2,5%
Queda do ano é reduzida a 1,7%; dólar cai 0,97% e vai a R$ 1,736
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
No primeiro pregão da semana, as ações da Vale foram o
destaque. A definição do reajuste no preço do minério de
ferro, anunciado pela companhia (leia à pág. B8), trouxe um
novo atrativo a seus papéis. Para a Bolsa de Valores de São
Paulo, o resultado foi uma alta
de 2,5%, o que a conduziu aos
62.801 pontos.
A ação preferencial "A" da
Vale foi a mais negociada de ontem e concentrou quase 27% de
todas as operações feitas. O papel terminou com valorização
de 5,07%. A ação ON (ordinária) da empresa subiu 4,29%.
Além de muito negociada, a
ação da Vale é a segunda de
maior peso na composição do
índice Ibovespa -o mais importante do mercado local e
que agrupa as 64 ações de
maior liquidez. Assim, acaba
por influenciar fortemente o
resultado final do Ibovespa.
Como os pregões não funcionaram ontem no mercado acionário norte-americano, devido
ao feriado do Dia do Presidente, a Bolsa de Valores de São
Paulo operou sem esse importante referencial.
A alta de ontem fez com que o
Ibovespa ficasse muito perto de
sair do vermelho no ano -depois de acumular queda de
mais de 15% em meados de janeiro, o índice tem agora baixa
anual de apenas 1,7%. Em fevereiro, a Bovespa registra ganhos acumulados de 5,57%.
O que pode estragar a recuperação da Bovespa é uma piora no cenário internacional. Os
pregões de ontem na Europa
também tiveram resultados
positivos: em Londres, a valorização foi de 2,75%; em Frankfurt, de 1,98%; e a Bolsa de Paris
subiu 1,89%.
A quinta-feira tende a ser o
dia mais tenso da semana. Nesse dia, serão conhecidos a ata da
última reunião do Fed (o banco
central dos EUA) e o CPI (índice de preços ao consumidor
americano).
O documento do Fed apontará o futuro da política monetária americana. Sinais mais fortes de que pode haver novo corte nos juros básicos do país no
curto prazo tendem a animar as
Bolsas. Neste ano, os juros
americanos foram cortados de
4,25% para 3% anuais.
A queda dos juros nos Estados Unidos representa uma
chance de estimular o consumo
no país e, conseqüentemente, o
resultado das empresas, o que
acaba favorecendo o mercado
acionário.
Para o mercado brasileiro, o
processo de redução dos juros
americanos, em um cenário de
estabilidade para a taxa básica
Selic, tende a estimular a migração de capital externo para o
país. Com os ativos que rendem
juros pagando menos nos EUA,
muito investidor estrangeiro
pode acabar por preferir aplicar em papéis brasileiros.
Nesse cenário, torna-se mais
difícil o dólar se apreciar diante
do real.
Dólar mais baixo
No mercado de câmbio, com
o dia mais tranqüilo, o dólar
caiu. A cotação da moeda norte-americana desceu para R$
1,736, após o recuo de 0,97% registrado ontem. No ano, a depreciação do dólar alcança
2,31%.
A cotação do dólar de ontem
foi a mais baixa desde 14 de novembro passado, quando ficou
em R$ 1,734 -sendo esse, por
sua vez, o menor valor desde
março de 2000.
Apesar da queda na cotação
verificada nos últimos dias, os
bancos mantiveram suas previsões de que o dólar estará em
R$ 1,80 no fim do ano. Isso é o
que mostrou o boletim "Focus", apresentado pelo Banco
Central ontem. Para fazer o boletim, que conta com outras
previsões econômicas, além do
câmbio, o BC consulta cem instituições financeiras.
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