São Paulo, terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

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Vale anima investidor, e Bolsa de SP sobe 2,5%

Queda do ano é reduzida a 1,7%; dólar cai 0,97% e vai a R$ 1,736

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

No primeiro pregão da semana, as ações da Vale foram o destaque. A definição do reajuste no preço do minério de ferro, anunciado pela companhia (leia à pág. B8), trouxe um novo atrativo a seus papéis. Para a Bolsa de Valores de São Paulo, o resultado foi uma alta de 2,5%, o que a conduziu aos 62.801 pontos.
A ação preferencial "A" da Vale foi a mais negociada de ontem e concentrou quase 27% de todas as operações feitas. O papel terminou com valorização de 5,07%. A ação ON (ordinária) da empresa subiu 4,29%.
Além de muito negociada, a ação da Vale é a segunda de maior peso na composição do índice Ibovespa -o mais importante do mercado local e que agrupa as 64 ações de maior liquidez. Assim, acaba por influenciar fortemente o resultado final do Ibovespa.
Como os pregões não funcionaram ontem no mercado acionário norte-americano, devido ao feriado do Dia do Presidente, a Bolsa de Valores de São Paulo operou sem esse importante referencial.
A alta de ontem fez com que o Ibovespa ficasse muito perto de sair do vermelho no ano -depois de acumular queda de mais de 15% em meados de janeiro, o índice tem agora baixa anual de apenas 1,7%. Em fevereiro, a Bovespa registra ganhos acumulados de 5,57%.
O que pode estragar a recuperação da Bovespa é uma piora no cenário internacional. Os pregões de ontem na Europa também tiveram resultados positivos: em Londres, a valorização foi de 2,75%; em Frankfurt, de 1,98%; e a Bolsa de Paris subiu 1,89%.
A quinta-feira tende a ser o dia mais tenso da semana. Nesse dia, serão conhecidos a ata da última reunião do Fed (o banco central dos EUA) e o CPI (índice de preços ao consumidor americano).
O documento do Fed apontará o futuro da política monetária americana. Sinais mais fortes de que pode haver novo corte nos juros básicos do país no curto prazo tendem a animar as Bolsas. Neste ano, os juros americanos foram cortados de 4,25% para 3% anuais.
A queda dos juros nos Estados Unidos representa uma chance de estimular o consumo no país e, conseqüentemente, o resultado das empresas, o que acaba favorecendo o mercado acionário.
Para o mercado brasileiro, o processo de redução dos juros americanos, em um cenário de estabilidade para a taxa básica Selic, tende a estimular a migração de capital externo para o país. Com os ativos que rendem juros pagando menos nos EUA, muito investidor estrangeiro pode acabar por preferir aplicar em papéis brasileiros.
Nesse cenário, torna-se mais difícil o dólar se apreciar diante do real.

Dólar mais baixo
No mercado de câmbio, com o dia mais tranqüilo, o dólar caiu. A cotação da moeda norte-americana desceu para R$ 1,736, após o recuo de 0,97% registrado ontem. No ano, a depreciação do dólar alcança 2,31%.
A cotação do dólar de ontem foi a mais baixa desde 14 de novembro passado, quando ficou em R$ 1,734 -sendo esse, por sua vez, o menor valor desde março de 2000.
Apesar da queda na cotação verificada nos últimos dias, os bancos mantiveram suas previsões de que o dólar estará em R$ 1,80 no fim do ano. Isso é o que mostrou o boletim "Focus", apresentado pelo Banco Central ontem. Para fazer o boletim, que conta com outras previsões econômicas, além do câmbio, o BC consulta cem instituições financeiras.


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