São Paulo, quinta-feira, 19 de março de 2009

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Investidor se anima com BC dos EUA, e Bolsa sobe 1,6%

Bovespa retoma os 40 mil pontos; dólar cai a R$ 2,25

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bovespa retomou ontem o patamar dos 40 mil pontos, o que não ocorria desde 16 de fevereiro. O pregão de ganhos foi estimulado por ações tomadas pelo banco central dos Estados Unidos, que animaram os investidores. A Bovespa subiu 1,60%. O dólar recuou 1,49%, para R$ 2,251.
Em Wall Street, o índice de ações Dow Jones alcançou alta de 2,4% na máxima do dia, para encerrar com valorização de 1,23%. A Bolsa eletrônica Nasdaq subiu 1,99%.
O que mais animou os mercados foi a decisão do Fed (banco central dos EUA) de ampliar suas medidas de estímulo ao crédito, por meio do aumento da compra de títulos públicos e de papéis lastreados a hipotecas (leia à pág. B7). Outra novidade foi a criação, pelo Fed, de uma linha de crédito direcionada principalmente ao financiamento de pequenas empresas.
Para a LCA Consultores, "o grande esforço empreendido pelo Fed e demais autoridades norte-americanas para reverter o quadro depressivo deverá ter o efeito de abrandar a recessão norte-americana nos próximos trimestres".
Já em sua reunião de política monetária, o Fed manteve a taxa básica americana em uma faixa que vai de 0 a 0,25%, como era esperado.
No mercado de câmbio brasileiro, a animação externa tem surtido efeito. O dólar está com depreciação de 5,02% em março. No ano, a moeda norte-americana acumula queda de 3,56% diante do real.
"O câmbio está sem suporte, com um viés de queda. O que tem segurado ainda a moeda são as posições no mercado no futuro. Se não fosse isso, o dólar poderia estar mais próximo de R$ 2,10", afirma Sidnei Nehme, diretor da corretora de câmbio NGO. "Mas a tendência é ir se ajustando para baixo."
O mês tem sido favorável às Bolsas. A Bovespa registra valorização de 5,13% em março. Para o índice Dow Jones, a alta é de 6%. Em Tóquio, o índice Nikkei subiu 5,33% no período.
A expectativa de que grandes instituições financeiras internacionais têm sido lucrativas nestes primeiros meses de 2009, como sinalizaram, deram impulso novo às Bolsas.
Todavia, apesar da melhora dos mercados neste mês, ainda é precipitado comemorar, dizem analistas. A economia mundial nem começou a se recuperar e, da mesma forma que têm apresentado bons resultados, os mercados podem derreter a qualquer sinal negativo.

Ações
O desempenho mais modesto das ações de maior peso na composição do índice Ibovespa (que reúne os 66 papéis brasileiros mais negociados) não permitiu que a Bolsa fechasse com ganhos mais expressivos.
As ações preferenciais da Petrobras subiram 1,14%, mesmo com o recuo do barril de petróleo no mercado internacional. Os papéis da Vale -a segunda maior companhia de capital aberto- terminaram no vermelho, com baixas de 0,98% (ON) e 0,33% (PNA).
No topo da lista da maiores perdas do Ibovespa ontem, apareceram as ações preferenciais da Sadia, que recuaram 3,35%, e as ordinárias da Perdigão, que tiveram baixa de 3,21%. As ações das duas empresas subiram nos últimos dias impulsionadas por informações de que estariam negociando uma parceria.
Já entre as maiores altas de ontem ficaram as ações da VCP, que subiram 7,75%, e as da Aracruz, com 6,66% de valorização. A Aracruz anunciou ontem o adiamento de investimentos previstos para este ano. A decisão foi bem recebida pelos investidores.


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