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Asiáticos acirram disputa por trem-bala
Grupos do Japão e da Coreia do Sul se unem a empreiteiras nacionais para o leilão; chineses podem entrar sozinhos na concorrência
Andrade Gutierrez deve se aliar a empresas japonesas como Mitsui, Toshiba e Mitsubishi, e grupo Bertin, às coreanas Samsung e Hyundai
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Às vésperas do lançamento
do edital de licitação do trem-bala Rio-SP, os possíveis interessados na obra -a maior do
PAC (Programa de Aceleração
do Crescimento), orçada em R$
34 bilhões- já estão se organizando para a disputa.
No radar das autoridades do
governo encarregadas do empreendimento já apareceram
duas combinações: a empreiteira Andrade Gutierrez com os
grupos japoneses (Mitsui, Toshiba, Hitachi, Mitsubishi e Japan Railway) e o Grupo Bertin
com os sul-coreanos (Samsung
e Hyundai).
A posição dos chineses intriga as autoridades brasileiras. A
princípio, a impressão é que a
associação seria com a Odebrecht. Agora não há mais tanta
certeza, e a avaliação é que os
chineses poderão entrar sozinhos, para negociar a associação com algum grupo nacional
já com a obra assegurada.
As últimas semanas foram de
intensa negociação dos empresários com o governo para a
modificação de aspectos do edital considerados inadequados.
Em muitos pontos, o governo
cedeu. Agora, a expectativa é em relação à
aprovação dos estudos pelo
TCU (Tribunal de Contas da
União) e de eventuais mudanças que o órgão venha a sugerir.
Regras
A construção do trem-bala
exigirá pesado financiamento
público. Para minimizar esse
aspecto, uma das regras do edital prevê que o vencedor seja a
empresa ou o consórcio que pedir menos dinheiro ao Estado.
Esse critério terá peso de 70%
na classificação.
O valor da tarifa também será
levado em consideração, com
peso de 30%. Quem pedir a menor tarifa leva vantagem, respeitado o teto estabelecido pelo
governo: R$ 0,50 por quilômetro, ou R$ 206,15 entre os centros das duas cidades (da estação Barão de Mauá, no Rio, até
o Campo de Marte, em SP).
O governo brasileiro participará do consórcio vencedor por
meio de uma empresa pública,
que aportará até R$ 3,4 bilhões.
Haverá financiamento direto
da União, de até R$ 20,8 bilhões, com prazo de vencimento de 30 anos. O Estado terá
uma "golden share" (ação especial) na empresa vencedora, o
que dará ao governo poder de
veto para seis questões: 1) mudança de denominação social;
2) mudança de sede; 3) mudança de objeto da empresa; 4) liquidação, fusão ou incorporação; 5) mudança de dispositivos
estatutários; e 6) mudança na
própria "golden share".
A empresa pública terá como
objetivo absorver a tecnologia
de transporte ferroviário de
passageiros em alta velocidade.
A tecnologia deve ser usada nos
próximos projetos: ligação Viracopos-Belo Horizonte e São
Paulo-Curitiba.
Transnordestina
Depois de muitas dificuldades para tocar o projeto, o governo comemorou o acerto entre o grupo Odebrecht e a CSN
(Companhia Siderúrgica Nacional) para a conclusão da ferrovia Transnordestina. Segundo a Folha apurou, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá comparecer à cidade de
Salgueiro (PE) e visitar fábricas
de dormentes e produção de
brita. Inicialmente prevista para o final de 2010, a obra deverá
ficar pronta em abril de 2012.
O projeto, de R$ 5,4 bilhões,
prevê a ligação da cidade de
Eliseu Resende (PI) aos portos
de Suape (PE) e Pecém (CE).
São 1.728 km de novos trilhos e
550 km de remodelação. A cidade de Salgueiro fica a meio
caminho entre a origem da ferrovia, no sul do Piauí, e o porto
de Suape.
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