São Paulo, sexta-feira, 19 de março de 2010

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Para Lula, royalty é problema do Congresso

Mas, se o projeto aprovado for "muito diferente" do apresentado pelo governo, se "debruçará" sobre o texto

CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A AMÃ (JORDÂNIA)

"Em ano de eleição, todo mundo quer fazer gracinha", reagiu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à polêmica no Brasil em torno dos royalties do pré-sal, que levaram até a manifestações lideradas pelo governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), da base aliada do governo Lula. O presidente não quis dizer se Cabral estava incluído no "todo mundo".
Lula contou também que sua primeira reação ao discutir o projeto do pré-sal era "não votar o tema dos royalties em ano eleitoral", exatamente por antever as "gracinhas". Chegou a dizer aos aliados que o certo seria "aprovar o restante e deixar royalties para o ano que vem", até porque é uma questão que só começará a valer mesmo a partir de 2016.
O presidente não antecipou que atitude tomará se o que sair do Congresso for muito diferente da proposta do Executivo. "O Congresso Nacional que resolva o problema. Eu já cumpri a minha parte, já apresentei o projeto, como resultado de um acordo."
Mas, como é óbvio, "se o Congresso aprovar algo muito diferente do que o governo apresentou", o presidente "vai se debruçar em cima do que o Congresso aprovar".

Cabral
Para o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, é "covardia" dizer que houve falta de empenho de Lula para mobilizar a base aliada contra a chamada emenda Ibsen, texto que modifica a distribuição de royalties do pré-sal, desfavorecendo Estados e municípios produtores.
"O presidente Lula se empenhou desde o início para chegarmos a um acordo sobre o pré-sal a ser licitado. (...) Essa emenda Ibsen foi rejeitada na comissão especial. Ela não fez parte do relatório do deputado Henrique Eduardo Alves e foi rejeitada. Estava tudo certo para cumprir o acordo no plenário", afirma o governador.
Para Cabral, o "presidente Lula não pode responder pelo erro de um grupo de parlamentares" que "muda completamente um acordo feito e votado na comissão especial".
No Rio, o governador de Minas, Aécio Neves, também criticou a emenda. "Acho que o Senado começa a compreender que não podemos punir o Rio e o Espírito Santo. Defenderei essa posição, e a bancada mineira no Senado também."


Colaborou a Sucursal do Rio


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