|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
NEGÓCIOS
Fundos e Bradesco contestam avanço de Dantas na Vale
MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA
Fundos de pensão liderados pela Previ e a Bradespar,
controlada pelo Bradesco,
recorreram à Justiça para
anular a decisão de um tribunal arbitral que determinou
que um pacote de 37 milhões
de ações da Valepar, empresa
controladora da Vale, sejam
vendidas à Eletron, do grupo
Opportunity, por preço considerado abaixo do mercado.
O prejuízo contábil para
Bradespar e fundos pode
passar de R$ 2 bilhões se a
sentença dos árbitros for
mantida. As partes alegam
que ela deve ser anulada porque um dos três árbitros que
apreciaram o caso, Francisco
Rezek (ex-ministro do Supremo), já atuou como advogado em favor do Opportunity e, por isso, estaria impedido de julgar.
Rezek afirma que, ao ser
indicado como árbitro, informou aos contendores que já
tinha feito um parecer para o
banco. "Dei conhecimento
dos fatos a ambas as partes
nessa arbitragem quando cogitaram eleger-me para a
presidência do tribunal arbitral", afirmou ele em carta
enviada a advogados da Bradespar e à Folha.
Pelas regras da arbitragem, quando os escolhidos
para analisar as causas informam os trabalhos feitos anteriormente e não sofrem vetos, estão aptos para julgar.
O advogado Mário Sergio
Duarte Garcia, outro árbitro,
confirma o que diz Rezek.
"Ele fez o "discloser" [a divulgação]." O terceiro árbitro,
Gustavo Tepedino, afirma
que a escolha dos membros
do tribunal foi transparente.
Bradespar e fundos, no entanto, dizem o contrário nas
ações apresentadas ontem à
Justiça. Alegam também que
houve violação do contraditório, pois os árbitros não teriam dado a eles o direito de
impugnar provas pedidas pelo grupo Opportunity, do
empresário Daniel Dantas.
Texto Anterior: Internet: Maior site de vendas do mundo começa a operar no Brasil Próximo Texto: Governo marca leilão de Belo Monte para 20 de abril Índice
|