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Fornecedor de insumos consegue
repassar os reajustes pretendidos
DA REPORTAGEM LOCAL
Existe uma outra ponta da cadeia produtiva, formada pelos
fornecedores de insumos e pela
indústria compradora dessas matérias-primas, em que as negociações de preços também estão sendo travadas. A diferença, no entanto, é que, nesse caso, a conversa é outra.
O fabricante que precisa da matéria-prima até tenta barrar os
reajustes, como faz o varejo. Há
até casos em que a indústria conseguiu reduzir o pedido de remarcação, como de preços de borrachas e plásticos.
Mas a situação é diferente. As
fábricas que compram plásticos,
borrachas, papel e papelão tiveram um "desconto" nas tabelas
novas, mas que não se trata de
"desconto". Houve blefe nas negociações: fornecedores pediram
reajuste elevado e, depois, o "desconto" foi concedido, segundo a
Folha apurou. Portanto a indústria da matéria-prima conseguiu
repassar o aumento que queria.
Explica-se: as montadoras de
automóveis receberam tabelas de
reajustes de preços dos fabricantes de borracha com aumentos de
até 12%, dependendo da linha de
produto, em janeiro. Negociou-se
uma redução de dois a três pontos
percentuais em cima dessa taxa.
Na prática, o reajuste obtido
após a redução foi aquele que a indústria estava interessada. Isso é
parte da estratégia de negociação.
Em mercados em que se pode exportar o produto, como é o caso
desses itens (principalmente aço),
os fornecedores do insumo têm
maior poder de barganha para
negociar. Quem não aceita o proposto fica sem a mercadoria, que
vai parar na Ásia ou nos EUA.
"É tudo blefe", diz Synésio da
Costa, presidente da associação
que representa a indústria de embalagens flexíveis. "Pediu-se uma
taxa de reajuste muito alta, que
depois foi reduzida, mas nem foi
desconto", diz.
(AM)
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