São Paulo, segunda-feira, 19 de abril de 2004

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INTEGRAÇÃO

Reunião é na Argentina

Mercosul e UE podem divulgar proposta hoje

DE BUENOS AIRES

Representantes do Mercosul e da União Européia devem divulgar hoje detalhes das respectivas propostas que poderão concretizar um acordo de livre comércio entre os dois blocos a partir de outubro deste ano.
Ontem, membros dos blocos evitaram contatos com a imprensa e se reuniram para um churrasco numa chácara a cerca de 150 km de Buenos Aires.
As reuniões prosseguem hoje. A troca de ofertas estava prevista para a sexta-feira, mas acabou sendo adiada para esta semana.
Uma vez conhecidas as ofertas, os negociadores dos blocos terão duas semanas para analisá-las, até a reunião do CNB (Comitê de Negociações Bilaterais), prevista para o dia 3 de maio.
A expectativa é que o Mercosul ofereça à União Européia acesso privilegiado a seu mercado nas áreas de serviços e investimentos - incluindo os setores financeiro e de telecomunicações-, como pedem os europeus.
Já a proposta européia, conforme rascunho antecipado em março último, deverá ocorrer em duas etapas.
Na primeira, a União Européia incluirá uma parte dos cerca de 900 produtos agrícolas "prioritários" para o bloco sul-americano, excluídos das negociações até o momento, para os quais poderiam ser oferecidas cotas mais generosas.
Os demais produtos serão negociados numa segunda etapa, a ocorrer após a conclusão da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio.

Equilíbrio
Do lado sul-americano, a preocupação é garantir o equilíbrio nas concessões que terá que fazer, uma vez que a oferta européia será feita em duas "prestações". A idéia é reservar uma parte do "filé mignon", à espera de uma definição da segunda etapa de abertura agrícola prometida pela União Européia.
Dependendo dessa definição, o Mercosul estaria disposto, por exemplo, a melhorar sua oferta na área de bens, ao diminuir a quantidade de itens cuja redução tarifária levará dez anos a partir do fim das tratativas.
Do mesmo modo, o Mercosul resiste às pressões para oferecer acesso a mercado no setor de compras governamentais, o que daria à UE a possibilidade de participar de concorrências públicas dentro do bloco sul-americano. O Mercosul oferece apenas transparência nas licitações.


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